DF: projeto prorroga em 1 ano mandato de diretores de escolas públicas
Eleições deveriam ocorrer em novembro, mas GDF quer empurrar o prazo para 2020. Sinpro é contra a proposta, debatida na CLDF
atualizado
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Representantes do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro) e deputados distritais se reuniram, nesta segunda-feira (16/09/2019), durante encontro do Colégio de Líderes da Câmara Legislativa, para debater o projeto que prorroga os mandatos dos diretores das escolas públicas por mais um ano. A proposta, que ainda está em elaboração, pode cancelar as eleições de novembro, caso seja aprovada.
A intenção é dar aos atuais diretores mais um ano à frente das instituições de ensino. O objetivo é que, nesse período, o governo faça mudanças no modelo de gestão democrática em vigor atualmente – no qual há votação da comunidade escolar para a escolha dos responsáveis pelos colégios.
O Sinpro é contrário à prorrogação desse prazo. “Não estamos contra os atuais gestores. A questão é que a gestão democrática é uma conquista e precisamos que ela continue assim”, defendeu a diretora da entidade, Rosilene Corrêa. “Neste momento, precisamos da participação da comunidade. Tirar isso pode ser muito perigoso”, acrescentou. Atualmente, o mandato é de três anos.
Ainda de acordo com a dirigente sindical, caso o governo não desista da proposta, “será debatida, com a comunidade escolar, a possibilidade de haver manifestações e até mesmo paralisações” como forma de pressionar o GDF.
Segundo o líder do governo na CLDF, Cláudio Abrantes (PDT), o Executivo não estaria ampliando os mandatos, apenas renomeando os atuais gestores. Abrantes explicou que o projeto ainda não foi enviado à Câmara, mas que a Casa já discute uma proposta do distrital João Cardoso (Avante) sobre o número de reeleições.
“O que se está debatendo é se os diretores poderão concorrer à reeleição sem limite de mandatos consecutivos. Hoje, eles só podem ter dois mandatos seguidos”, explicou o líder do GDF na Casa.
Crítica
O tema, contudo, não encontra consenso nem entre integrantes da base. Sob a condição de não ter o nome divulgado, um parlamentar criticou a proposta. “O novo secretário de Educação está sendo pressionado, pelas circunstâncias, a ampliar o mandato [dos diretores], pois não tem condições de fazer as alterações necessárias que o governo quer e realizar as eleições ainda este ano”, disse o governista.