Covid-19: Educação divulga programação de teleaulas para rede pública
Plano prevê que estudantes sem aparelhos de TV e sem acesso à internet recebam atividades impressas em casa
atualizado
Compartilhar notícia
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) divulgou, na noite desta quarta-feira (20/05), como ocorrerá a divisão das aulas da rede pública, que serão transmitidas pela televisão em função da suspensão de encontros presenciais enquanto durarem as medidas de isolamento decorrentes da pandemia do novo coronavírus.
A informação foi divulgada à comunidade escolar do Distrito Federal através de uma live conduzida pelo coordenador David Nogueira, do programa Escola em Casa DF – criado especificamente para garantir o cumprimento do ano letivo em meio ao enfrentamento da Covid-19.
Segundo a programação divulgada, as primeiras transmissões começarão às 8h e serão encerradas às 22h.
Serão quatro canais com 195 horas de programação semanal. As aulas serão ministradas por professores da rede pública. A contratação dos canais ainda não foi finalizada – só ao fim do processo a data do início das transmissões será confirmada.
Confira:
Durante a transmissão, Nogueira reforçou que haverá valoração de dias letivos, apesar do cenário de suspensão de aulas presenciais. “As presenças serão validadas por meio das atividades que deverão ser entregues. Essas entregas poderão ocorrer virtualmente ou presencialmente, na escola. Os prazos serão definidos pelas próprias escolas”, afirmou.
Ainda na live, o docente disse que 94% da comunidade escolar têm acesso a meios de comunicação, como aparelhos telefônicos com acesso à internet, televisões e computadores. O restante dos alunos receberá atividades escolares impressas em suas residências, conforme informado pelo coordenador.
O plano prevê aos alunos a disponibilização de acesso à plataformas on-line sem custo. Os currículos sofrerão alterações para se adequarem ao cenário atual, assim como o calendário e a rotina escolares.
Volta às aulas?
O coordenador reforçou o desafio da rede pública em garantir que a paralisação não prejudique o aprendizado dos alunos da rede pública do DF. “A gente precisa se reinventar para garantir a aprendizagem dos nossos estudantes. Não sabemos como vai voltar e se vai voltar”, pontuou.
“A gente está fazendo o que pode para encerrar o ano letivo ainda em 2020”, reforçou Nogueira.
Nessa quarta, o Metrópoles mostrou que o Governo do DF não pensa pensa em autorizar a volta das aulas presenciais antes do fim de julho. Segundo o secretário de Educação do DF, João Pedro Ferraz, o governador Ibaneis Rocha (MDB) avalia o retorno apenas a partir de agosto, caso seja seguro.
“O governador tem dito que as escolas serão as últimas atividades a voltar, por recomendação da Secretaria de Saúde. Ele só pensa na volta das aulas a partir de agosto, se estiver seguro para alunos e professores”, frisa Ferraz.
Polêmica
Um dia antes, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF) divulgou resultado de enquete apontando que grande parte dos pais é favorável à volta das aulas em julho, desde que o retorno seja gradual.
De acordo com a pesquisa, 73,8% dos responsáveis pelos alunos, tanto de estabelecimentos públicos quanto de privados, acreditam que a melhor estratégia é um recomeço seguro das rotinas escolares, enquanto outros 26,2% consideram inviável o retorno no momento. A amostra foi realizada no período de 11 a 18 de maio, com a participação de cerca de 34 mil pessoas.
A sondagem indica ainda que 90% dessas escolas privadas estão desempenhando as atividades de forma remota (não presenciais) para os alunos durante o período da quarentena. Nesses estabelecimentos, os números mostram que 56,5% dos pais se encontram satisfeitos e 15,2%, muito satisfeitos, totalizando 71% de reações positivas com a proposta definida durante o período de isolamento social.