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Confira os perrengues de 30% dos alunos da UnB para verem as aulas on-line

Falta de computador ou internet, acesso lento à rede e até cansaço na vista por causa da tela do celular: estudantes contam os obstáculos

atualizado

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O retorno do primeiro semestre letivo da Universidade de Brasília (UnB) começou nessa segunda-feira (17/8), com aulas remotas. Professores e alunos terão três semanas de ambientação para se acostumarem com o novo modelo. No entanto, há ainda os alunos que enfrentam dificuldades por não possuírem um computador ou não terem acesso à internet em casa.

Antes da retomada do calendário acadêmico, a instituição realizou pesquisa social junto à comunidade acadêmica, para verificar as condições de conectividade, principalmente entre os estudantes. O levantamento prévio revelou que 6% dos discentes precisariam de apoio para acesso a computador e 30%, para uma internet de boa qualidade.

É o caso do estudante Felipe Souza, 22 anos, da faculdade de Engenharia do campus do Gama. Ele mora em uma área rural da região administrativa. O jovem tem internet, mas a conexão é instável e ele não consegue ficar muito tempo conectado às plataformas.

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Na UnB, as atividades letivas serão virtuais na volta às aulas
Retorno das aulas será remoto
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Joana Ferreira defende que valor do auxílio deveria ser ampliado

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Na UnB, as atividades letivas serão virtuais na volta às aulas

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Retorno das aulas será remoto

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“Eu tentei nesses primeiros dois dias. A minha internet é lenta. Hora carrega a página, hora não. Depende do dia. Estou tentando conseguir uma melhor conexão. A UnB disponibilizou um programa para quem não tem computador e é estudante de baixa renda. Então, não vou ficar prejudicado e perdendo os conteúdos”, espera o universitário.

Raquel Gomes, 20, faz Letras. Ela conta que não tem computador e assiste às aulas pelo celular. A plataforma é bem fácil de acessar, segundo a aluna. O problema é a tela pequena. “Uma hora cansa a vista e também é ruim para ficar muito tempo. Vou continuar conectada. Também estou pensando em adquirir um computador. Só não estou com dinheiro para comprar agora.”

Aluna do curso de Ciências Ambientais e membro da Assistência Estudantil, Joana Ferreira, 21, defendeu que a ajuda precisa ser ampliada.

“Estamos enfrentando um pouco de dificuldade em encontrar preços que cheguem próximo do auxílio ofertado pela UnB. Tem muita gente que não pode dar além do R$ 1,5 mil que nos foi dado e esse valor não dá para comprar um computador que atenda as necessidades de um estudante universitário”, opinou.

Sem presença

Após cinco meses suspensas pela pandemia do novo coronavírus, as atividades foram retomadas e vão até 18 de dezembro. O retorno ocorre totalmente on-line e as atividades presenciais continuam suspensas nos campi.

Desde o início desta semana, os cerca de 40 mil estudantes matriculados na instituição dão continuidade ao primeiro semestre letivo de 2020. Os universitários precisam usar novas plataformas para acompanhar o lançamento de atividades e a apresentação de professores para as mais de 3,5 mil matérias oferecidas.

Com os dados da pesquisa feita no primeiro semestre, a instituição lançou dois editais de inclusão digital. Mais de três mil estudantes foram contemplados.

A maioria está recebendo o auxílio de R$ 1,5 mil para a compra do computador. O valor foi definido após pesquisa de mercado feita pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI/UnB) quanto a máquinas com especificações técnicas mínimas para a realização das atividades remotas.

Ainda segundo a universidade, a UnB é, ao lado da UFMG, a universidade que tem o maior valor de auxílio de inclusão digital no país. Cerca de 84 estudantes estão recebendo máquinas doadas ou emprestadas, que passaram por revisão técnica antes de serem entregues.

Recomeço

No primeiro dia de retorno alunos queixaram-se de falha no acesso.

Procurada, a universidade informou ainda que “as instabilidades na plataforma Aprender 3 são normais nestes primeiros dias, devido ao grande número de acessos” e pediu a “compreensão de todos.” Segundo a UnB, os problemas devem ser reportados à equipe de suporte, pelo e-mail apoioaprender@ead.unb.br.

A nota enviada à reportagem ainda frisou “que a resolução sobre a retomada prevê três semanas de ambientação, nas quais professores e estudantes terão a oportunidade de se adaptar à nova realidade, conforme a necessidade. A Universidade inclusive recomenda a realização de atividades de ambientação, tais como fóruns e enquetes, para verificação do perfil da turma e envio de tarefas simples nessa fase, para verificar se todos estão conseguindo realizá-las. Ninguém será prejudicado.”

Como acompanhar atividades e aulas?

A UnB definiu que a plataforma Aprender e que o Office 365 são os dois principais modos de ter acesso a aulas e atividades durante o semestre, mas qualquer outro aplicativo gratuito que o professor desejar também poderá ser adotado.

Todas as orientações de como funciona as aulas serão dadas via Sigaa. Veja abaixo como utilizar as ferramentas que a instituição recomenda. Para acessar, basta realizar cadastro e entrar com o CPF e uma senha. Dentro da plataforma, é necessário se inscrever nas disciplinas que serão cursadas.

Veja o passo a passo: 

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Decanato de Ensino de Graduação (UnB)/ Reprodução
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Já o Office 365 é uma suíte da Microsoft com aplicativos como Word, Excel, PowerPoint e Outlook. Há também a plataforma Teams, que permite a realização de videoconferências e professores poderão utilizá-la para as aulas ao vivo.

O acesso do aluno se dá por meio do portal do Office, utilizando o login institucional (matrícula@aluno.unb.br) e a senha, que foi unificada com a do Sistema Integrado de Gestão (SIG). Do contrário, a senha será a mesma utilizada anteriormente no sistema Matrícula Web.

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