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Colégio instala detector de metais após aluno ferir professora

Rede de ensino afirma que utiliza o equipamento desde 2010 em outras unidades. Medida divide especialistas

atualizado

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1 de 1 WhatsApp Image 2018-02-09 at 18.41.30 - Foto: Michel Melo/ Metrópoles

Antes de entrar nas salas de aula, os alunos, professores e estudantes do colégio Alub, na 913 Norte, precisam passar por um detector de metais. A instalação do equipamento foi feita dois dias após um estudante agredir uma professora com uma faca, dentro da unidade escolar. O Metrópoles esteve no colégio na tarde dessa sexta (9/2) e registrou o aparelho em funcionamento.

A medida divide opiniões. Especialistas dizem que o aparato aumenta a sensação de segurança, mas não evita episódios de violência dentro da escola. Tanto o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF) quanto a Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF) disseram desconhecer a existência desse tipo de equipamento em outras unidades escolares do DF.

O presidente do Sinepe, Álvaro Domingues, classificou o uso de detectores de metal como “triste e lamentável”. Porém, considera que, “nas atuais circunstâncias, é algo necessário”.

A opinião de Domingues diverge da convicção do presidente da Aspa-DF, Luis Claudio Migeorin. Este diz não reprovar a instalação do equipamento, mas acredita que a medida é apenas paliativa. “O detector aumenta a sensação de segurança dos pais, alunos e professores, mas não impede que atos de violência continuem acontecendo dentro da escola”, afirmou.

Para Migeorin, são necessários o acompanhamento constante do comportamento dos estudantes e a integração entre a escola e os pais. “A melhor medida é a conversa, a proximidade com os alunos, saber como eles estão se sentindo e como estão se comportando dentro e fora da escola”, afirmou.

Faca, facão e espada
Antes da instalação do detector de metais no Alub, um estudante de 17 anos entrou no colégio com uma caixa, na qual havia uma faca, um facão e uma espada. O episódio ocorreu na manhã da última quarta (7). Ainda no corredor de acesso às salas de aula, ele supostamente disse à professora que tinha “uma coisa para mostrar”. Então, teria aberto a caixa. A docente tentou tomar o objeto dele e acabou atingida de raspão. Ela passa bem.

De acordo com a Polícia Militar, o menor foi apreendido por ato análogo a lesão corporal e contravenção de porte de arma branca. Funcionárias da escola disseram que o aluno tem transtornos mentais e queria chamar atenção. Em nota, o colégio afirmou estar prestando todo apoio à vítima e realizando averiguação interna para acompanhar o caso. A direção do Alub também comunicou que o jovem foi suspenso.

Por nota, o Colégio Alub afirmou nessa sexta (9) que “as maiores unidades da rede fazem uso de detectores de metais desde 2010, para a segurança dos alunos”. Ainda segundo o Alub, a instalação do aparelho já estava prevista antes do episódio de violência desta semana.

Legislação

Projetos para aumentar a segurança nas escolas foram discutidos no Congresso Nacional, mas nenhum deles chegou a ser sancionado. A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) analisa o Projeto de Lei nº 1803/2017, que obriga a instalação de detector de metal na entrada das escolas públicas e privadas. O texto, de autoria do distrital Julio Cesar (PRB), está na Comissão de Segurança da Casa.

A Secretaria de Educação do Distrito Federal disse não existir legislação em vigor sobre a instalação de detectores de metais em escolas públicas. Já a Secretaria de Segurança Pública afirmou que não há norma sobre o uso desses equipamentos.

Realengo
O debate sobre a instalação de detectores de metais nas portas de instituições de ensino públicas e particulares ganhou expressão após o massacre em Realengo, no subúrbio do Rio de Janeiro. Em abril de 2011, Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos. Doze adolescentes com idades entre 13 e 16 anos morreram. Outros 13 ficaram feridos.

Em novembro de 2017, outro caso assustou os moradores de Goiânia. Um adolescente de 14 anos atirou em colegas de sala no Colégio Goyanazes. Dois alunos de 13 anos morreram e outros quatro ficaram feridos – entre estes, uma menina de 14 anos ficou paraplégica.

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