Cargos na Secretaria de Educação do DF serão ocupados com seleção
Novo secretário da pasta está firmando parcerias com entidades privadas e ONGs para profissionalizar gestão pública
atualizado
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Os cargos estratégicos da Secretaria de Educação do Distrito Federal serão ocupados, a partir de 2019, por meio de seleção. O processo incluirá análise de perfil dos candidatos, testes de resiliência, integridade e competências, avaliação de experiência e formação. A Fundação Lemann, uma organização não governamental da área educacional, será a responsável por traçar a metodologia. Além disso, vai promover formação profissional continuada aos escolhidos para ocupar as vagas de subsecretários, coordenadores regionais, secretários adjuntos e assessores.
Segundo Rafael Parente, que assumirá a secretaria, várias parcerias com entidades sem fins lucrativos ou empresas dispostas a contribuir com o governo serão realizadas. O objetivo é profissionalizar os processos de gestão da pasta. “Para conseguir resultados rápidos, precisamos de uma equipe 100% profissional, comprometida e íntegra”, afirmou em entrevista exclusiva ao Metrópoles. Os diretores de escolas continuarão sendo eleitos.
Além da Fundação Lemann, outras duas entidades já se mostraram dispostas a colaborar. Uma delas é a Falconi Brasil, experiente empresa de consultoria em gestão que ajudará a criar planejamentos estratégicos para a secretaria. A Falconi terá a tarefa de identificar as prioridades da área, otimizar processos, definir indicadores para medir resultados e sucessos. Parente pretende montar escritórios de projetos dentro da secretaria.
A outra, ainda em negociação, é a Vetor Brasil. Organização sem fins lucrativos, atua em parceria com governos estaduais e municipais para desenvolver profissionais. Eles devem ajudar na seleção da equipe que vai compor as subsecretarias da pasta. Os servidores interessados em ocupar os cargos poderão se inscrever para os processos seletivos assim que forem abertos. A secretaria divulgará as informações.
Sem contrapartida
As consultorias não serão remuneradas, de acordo com o secretário. “Estamos abertos a mais parcerias, mas é importante destacar que as entidades não receberão verbas do GDF na nossa gestão. Elas não poderão participar, inclusive, de qualquer licitação do governo”, garante.
Parente admite uma possível resistência à nova metodologia de escolha dos cargos estratégicos. Porém, acredita ter os argumentos necessários para convencer os mais céticos de que a “causa é nobre”. “O que queremos é uma educação melhor para todos. Minha principal meta é colocar o DF em primeiro lugar no Ideb em todas as etapas de ensino e a gente tem total condição para isso”, afirma.
O Ideb é o indicador do Ministério da Educação que avalia a qualidade do ensino público em todas as redes. Ele traça metas para cada etapa do ensino fundamental e para o ensino médio. Na última divulgação de resultados do indicador, em 2017, o Distrito Federal só atingiu a nota projetada para os anos iniciais do ensino fundamental. O pior desempenho foi no ensino médio, que ficou com índice de 3,4 (a meta era 4,4).
Para o novo secretário, o maior desafio será motivar, estimular e melhorar as condições de trabalho dos servidores da rede. Ele também defende mudanças na burocracia da pasta, que define como lenta e, muitas vezes, ineficiente. “Os funcionários são competentes e precisam de motivação, mas os processos burocráticos precisam ser mais inteligentes e profissionais, além de menos morosos”, destaca.
Ele replicará no DF parte do modelo de gestão que ajudou a implementar na Secretaria Municipal do Rio de Janeiro. Parente foi subsecretário de educação entre 2009 e 2013. “É uma mudança cultural e, por isso, muito desafiadora, mas o governador me pediu resultados rápidos, e a profissionalização da gestão é o caminho.”