Candidatos brasilienses acham Enem cansativo. Prova de química foi uma das vilãs do primeiro dia

Ao final do primeiro dia de provas, candidatos avaliam que primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi cansativo. Entre os temas, química parece ter sido a principal vilã. Seca no Brasil, Estado Islâmico e a feminista Simone de Beauvoir foram alguns dos assuntos cobrados, nas provas de ciências humanas e ciências da natureza. Ao todo, Distrito Federal teve 162.199 inscritos. No país, foram 7,7 milhões.

As provas continuam neste domingo (25/10), quando os participantes farão testes de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias. O exame terá duração de 5 horas e 30 minutos.

Na tarde deste sábado, a estudante Larissa Machado, de 21 anos e moradora de Águas Claras, saiu exatamente às 15h30, horário em que é permitido deixar a sala sem levar a cópia do exame.

A intenção de Larissa é usar a nota para concorrer no Ciência Sem Fronteiras. “Achei bem fácil. Eram temas que eu estou vendo na faculdade”, disse a estudante do curso de ciências ambientais da Universidade de Brasília (UnB).

Formado em design gráfico, Raphael Lopes, de 22 anos, tenta entrar em um curso noturno na Universidade de Brasília. “Ainda não tenho um curso em mente. Vai depender da minha nota, mas gostaria de fazer algo na área de artes”, diz o jovem, que enfrentou mais dificuldades na prova de química. Em relação ao exame de amanhã, ele diz estar mais tranquilo: “Redação é meu ponto forte”.

A estudante Luisa Cruz Lima, de 17 anos, luta por uma vaga no curso de Comunicação Social da UnB e disse ter enfrentado dificuldades. “Hoje, caiu tudo o que eu estudei. Mas a prova de química estava mais difícil”, diz Luisa. Ela conta que está com medo da prova de domingo, por causa da redação e das questões de matemática.

No terceiro ano do ensino médio, Luciana Delgado, de 17 anos, busca uma vaga no curso de turismo da UnB. Ela também enfrentou dificuldades nas questões de química e diz ter achado a prova “cansativa”. João Medina, também de 17 anos, acha o mesmo.

O Enem parece uma prova de resistência. Não é difícil, mas é muito cansativa

João Medida, 17 anos

Enem para todas as idades
Aos 46 anos, Francilene Moreira busca uma nota suficiente para obter uma bolsa integral para o curso de ciências contábeis. “Nos anos anteriores, até consegui uma bolsa, mas não era total”, diz a candidata que fez a prova pela terceira vez e achou a prova difícil. “Terminei o ensino médio em 1990, então fica um pouco complicado para mim”, desabafa.

Esta também é a terceira vez que José Rodrigues, de 51 anos, tenta o Enem. Ele terminou o ensino médio em 1982 e se preparou por conta própria. “Quero fazer geografia na UnB, mas a prova de hoje estava muito difícil”, avalia.

Aposentado, Erivaldo Alves da Silva, de 66 anos, teve de sair mais cedo para tomar um remédio. No ano passado, ele fez um curso técnico no Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) e agora busca novas opções.

Gosto de fazer o Enem para manter a mente ativa. Vou tentar outro curso, ainda não tenho preferência. Busco só uma bolsa integral

Erivaldo Alves da Silva, de 66 anos

 

Vazamento
Como nos outros anos, usuários das redes sociais começaram a publicar supostas fotografias do exame aplicado nesta tarde. Nas imagens identificadas pelo Metrópoles, não há datas nem elementos que comprovem a veracidade das imagens.

No Twitter, a assessoria de comunicação do Ministério da Educação (MEC) alertou os candidatos que o perfil @mec.denuncia é falso. A página reunia imagens de supostas provas de 2015. Ao fim do dia, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, fará uma coletiva de imprensa com um balanço do primeiro dia de avaliação.