Avó denuncia assédio à neta e vice-diretor diz: “Ela ainda vai gostar”
Menina de 7 anos é chamada de “gostosa” por coleguinha da Escola Parque da 308 Sul. Ao procurar direção, avó ouviu comentário machista
atualizado
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Uma história no mínimo bizarra foi denunciada por uma avó ao Metrópoles. Elisete de Morais Bittar, 61 anos, conta que a neta, de apenas 7 anos, vem sendo assediada dentro da Escola Parque da 308 Sul por um colega de classe da mesma idade. De acordo com ela, o menino há meses vem chamando a garota de “gostosa” e, no início da semana, teria forçado um beijo na boca.
Revoltada com a situação, Elisete procurou a direção da unidade nesta quarta-feira (16/8) para denunciar o caso. Mas o contato com o comando da Escola Parque a deixou ainda mais indignada. “O diretor está de férias e eu falei com o vice. Ele disse, com essas palavras: ‘Agora ela não gosta de ser chamada de gostosa, mas logo, logo, vai adorar'”, detalhou a avó, ainda chocada.“Eu apenas respondi que ela jamais irá gostar disso porque, na minha casa, a gente ensina que mulher tem de ser respeitada; homem tem de respeitar a gente. Não aceitamos machismo”, desabafou Elisete. Mas ela admite que só depois se deu conta de quanto a frase do vice-diretor era grave.
Agora, me diz, como que eu vou confiar e acreditar que essa escola, essa direção, vai cuidar e proteger a minha neta se é isso que o vice-diretor pensa?
Elisete de Moraes Bittar, avó da criança
“Não basta a agressão…”
A situação revoltou amigos e familiares da família. No Facebook, uma tia da menina fez um desabafo: “Porque não basta a agressão, não basta a criança se sentir envergonhada pelo acontecido, tem mesmo que ter o cara responsável por zelar pelo bem-estar da criança sendo machista e dizendo uma coisa dessas. É essa a educação de qualidade que você dá pras nossas crianças?”, escreveu. Pouco antes das 18h, a postagem já tinha cerca de 60 curtidas e 16 compartilhamentos.
A reportagem questionou a Secretaria de Educação sobre o ocorrido. Em nota, a pasta informou que irá apurar junto ao gestor da escola as circunstâncias que levaram a denúncia. O Metrópoles tentou ainda falar com o vice-diretor, no entanto, ele retornou as ligações.