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Após fraude em cotas raciais, UnB expulsa e cassa diploma de 15 estudantes

Os estudantes acusados de fraude que estavam afastados tiveram os créditos anulados pela Reitoria

atualizado

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UnB
1 de 1 UnB - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Universidade de Brasília (UnB) desligou, nesta segunda-feira (13/7), 15 estudantes acusados de fraudar o sistema de cotas raciais da instituição de ensino superior.

Além dos estudantes expulsos, outros dois egressos tiveram os diplomas cassados e oito, que já estavam afastados da universidade por outros motivos, os créditos anulados. A decisão é inédita na história da instituição.

Os estudantes são do curso de ciência da computação, ciências sociais, direito, engenharia de software, letras (francês), medicina e medicina veterinária.

Em junho deste ano, o perfil Fraudadores de Cotas UnB passou a compartilhar informações pessoais de candidatos, em sua maioria brancos, que teriam sido aprovados em vagas exclusiva para cotistas negros ou indígenas.

Segundo a comunidade, as fraudes teriam sido registradas no ingresso de estudantes das mais diversas áreas da graduação.

Confira: 

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Movimento ocorre após casos na UFJF ganharem repercurssão
Perfil denúncia supostas fraudes
Perfil afirma estar recebendo enxurrada de denúncias
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Em 11 horas, perfil conseguiu mais de 4,8 mil seguidores

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Movimento ocorre após casos na UFJF ganharem repercurssão

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Perfil denúncia supostas fraudes

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Perfil afirma estar recebendo enxurrada de denúncias

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Em nota, a UnB afirmou que o processo teve início em 2017, quando a instituição recebeu denúncia de fraude na utilização da política de cotas raciais por parte de 100 estudantes. A administração, então, abriu a sindicância, em novembro daquele ano, e nomeou comissão para fazer a análise dos casos. Em 2018, mais um caso foi acrescido à lista.

De acordo com a instituição, foram descartados 73 estudantes em uma averiguação preliminar. Outros 28 foram investigados.

Em 2019, a universidade criou uma nova comissão para dar andamento ao processo. “Todos os envolvidos tiveram direito à ampla defesa e ao contraditório”, assegurou a instituição.

A UnB pede que os alunos que desconfiarem de fraudes denunciem as supostas irregularidades na ouvidoria da universidade. A informação deve ser encaminhada via e-mail, pelo endereço ouvidoria@unb.br.

Polêmica antiga

Não é de hoje que a Universidade de Brasília se vê obrigada a apurar denúncias de irregularidades cometidas pelos estudantes no processo de admissão da instituição de ensino.

Quando o programa de cotas foi criado, a UnB designava uma banca para realizar, pessoalmente, a entrevista dos candidatos. Agora, o processo se dá por autodeclaração.

Em 2018, um erro no sistema de cotas da instituição ganhou repercussão após a UnB aceitar uma jovem como cotista e negar o direito à sua irmã. As duas são gêmeas univitelinas. O caso foi noticiado pelo Metrópoles.

As gêmeas Carina Bastos da Costa Soares e Marina Bastos da Costa Soares (veja galeria de fotos) prestaram o vestibular para o curso de medicina veterinária. Apenas uma delas foi aprovada nas vagas reservadas a estudantes de escola pública.

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Pesquisa traça perfil de comportamento de alunos do ensino superior durante a pandemia
Admissão por cotas ocorre por autodeclaração
Aprovados na UnB
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As gêmeas Carina e Marina

Arquivo pessoa
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Pesquisa traça perfil de comportamento de alunos do ensino superior durante a pandemia

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Admissão por cotas ocorre por autodeclaração

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Aprovados na UnB

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O problema foi levado para análise do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Em caráter liminar, a 17ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária determinou que a UnB matriculasse as duas estudantes.

Segundo o magistrado responsável pelo caso, Rodrigo Parente Paiva, houve comportamento contraditório da comissão avaliadora. “Não há argumentos jurídicos no caso, tendo em vista que, consoante aos autos, é possível observar que sua irmã idêntica restou enquadrada como cotista, enquanto a impetrante ficou de fora de tal lista”, alega a sentença.

À época, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), responsável pela seleção, disse que a candidata Carina Bastos não havia apresentado a documentação exigida.

Outro caso

Em 2007, Alan Teixeira da Cunha e Alex Teixeira da Cunha, 18 anos, gêmeos univitelinos, passaram pela mesma situação. Na ocasião, os jovens – filhos de pai negro e mãe branca – disputavam vagas no vestibular da UnB por meio do sistema de cotas raciais. À época, a regra previa apenas critérios de raça e não socioeconômicos ou de origem escolar.

A submissão de fotografias à banca avaliadora levou o júri a decidir que Alan era negro, mas, Alex, não. O irmão “branco” recorreu – possibilidade prevista no edital do vestibular. A decisão foi mudada, mas os gêmeos não passaram no vestibular daquele ano.

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