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Ano letivo começa com paralisação de professores no Distrito Federal

Assembleia da categoria começou às 10h desta segunda (13/2), em frente ao Palácio do Buriti. Pais temem atraso no ano letivo

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

As aulas mal começaram e já podem parar. O segundo dia do ano letivo foi sem atividades para a maioria dos quase 500 mil alunos da rede pública do Distrito Federal. Isso porque o Sindicato dos Professores (Sinpro) faz assembleia nesta segunda-feira (13/2) com indicativo de greve. A categoria reivindica o pagamento da última parcela do reajuste conquistado em 2012 e aumento do auxílio-alimentação. Os professores também se manifestarão contra as reformas da Previdência e do ensino médio.

A diretora do Sinpro Rosilene Corrêa afirma que as negociações entre a categoria e o Executivo não tiveram andamento. “O GDF ainda não pagou a última parcela do reajuste, prevista para setembro do ano passado. Nos reunimos com o governo na sexta (10), mas não tivemos respostas. Além disso, vamos discutir as metas do plano pedagógico e financeiro. Sobre a greve, a categoria vai decidir durante o encontro”, afirmou Rosilene.

O GDF, por meio da Casa Civil, informou que o governo recebe os sindicatos para negociar as demandas que “não geram impacto financeiro”. Em nota, disse ainda que, com o Sinpro, a Subsecretaria de Educação realizou cinco reuniões em 2017 para discutir o Plano Distrital de Educação. Sobre as reivindicações e os impactos de uma possível greve, o Buriti informou que “o governo tem empenhado todos os esforços para encontrar uma proposta que evite prejuízos para a população”.

Pais reclamam
A falta de entendimento entre GDF e professores afeta diretamente quem precisa da rede pública. Além da preocupação com o prejuízo escolar, os pais dos alunos terão que arrumar alternativas para que os filhos não fiquem parados. É o caso do psicólogo Ricardo Vasquez, 38 anos. O filho dele, Humberto, tem 6 anos e conseguiu uma vaga na Escola Classe 115 Norte.

Na sexta, o garoto ficou empolgado com o primeiro dia de aula, mas, na segunda, terá que ficar com os avós. “Todo mundo tem direito à paralisação, mas não pode prejudicar tanto os alunos. Espero que voltem logo, porque é triste a situação”, lamenta Ricardo. Para não deixar o filho parado, em caso de greve, o psicólogo vai colocar Humberto em outras atividades e esportes.

Greves nos últimos anos
Além da pauta local, os professores estão mobilizados para tentar barrar as mudanças anunciadas pelo governo federal com as reformas da Previdência e do ensino médio. Para pressionar o Congresso, será realizada uma greve geral no Brasil em 16 de março.

No DF, o impasse entre professores e governo passou por momentos de grandes paralisações nos últimos anos. Em 2012, os servidores ficaram 52 dias parados para pressionar o Buriti a atender às reivindicações. Na época, o governo do petista Agnelo Queiroz negociou com os docentes um reajuste de 28% parcelados em três anos. A última parcela, de setembro de 2015, equivalente a 3,7%, no entanto, ainda não foi paga pelo GDF.

Agora, a categoria quer pressionar o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) a implementar o aumento o quanto antes. No ano passado, os professores fizeram diversas manifestações para sensibilizar o Buriti. Chegaram a ficar 29 dias parados.

Atualmente, o Distrito Federal tem 659 escolas. A Secretaria de Educação conta com cerca de 30 mil professores, segundo o Sinpro. Do total, aproximadamente 20 mil estão em sala de aula para atender quase meio milhão de alunos.

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