Alunos da Faculdade de Medicina da UnB entram em greve
Estudantes farão um protesto, nesta sexta-feira (26/8), em frente ao Palácio do Buriti. Durante a paralisação, os universitários do internato — estágio obrigatório na formação acadêmica dos futuros médicos — vão suspender os atendimentos no HUB
atualizado
Compartilhar notícia
Os estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira (25/8). A deliberação ocorreu após uma assembleia geral com cerca de 300 alunos da instituição.
Durante a paralisação, os universitários do internato — estágio obrigatório na formação acadêmica dos futuros médicos — vão suspender os atendimentos no Hospital Universitário (HUB). No entanto, eles continuarão a prestar os serviços para os pacientes das unidades de saúde da regional leste do DF (Paranoá, Itapoã, São Sebastião e Jardim Botânico). E, nessa sexta-feira, a partir das 9h, os alunos farão um ato em frente ao Palácio do Buriti.
Queremos a garantia da continuidade das nossas atividades no HUB, nas UPAS, nos centros de saúde
coordenadora do Centro Acadêmico de Medicina Professor Gilberto de Freitas, Talyta Araújo
Entre as exigências dos estudantes, está a assinatura imediata de um contrato entre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), responsável por administrar o HUB, e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). O documento garante a sustentabilidade financeira do centro de saúde.
Segundo os universitários, o HUB possui uma folha de gastos orçada em R$ 7 milhões por mês. No início das discussões sobre esse contrato, a Saúde havia informado que disponibilizaria apenas R$ 2,5 milhões. Depois de protestos e pressão por parte dos alunos, a pasta aumentou o valor do repasse para R$ 5 milhões. A responsabilidade sobre restante do montante, no entanto, ainda não foi definida.
Em nota, a pasta informou que está analisando o documento para firmá-lo assim que possível. Ainda segundo a secretaria, atualmente, existe um convênio entre a Saúde e o HUB.
Por meio dessa parceria, por mês, a SES repassa aproximadamente R$ 2,7 milhões ao HUB. O contrato em análise permitirá o aumento do repasse mediante obtenção de metas estabelecidas e pactuadas com o próprio hospital.
Além dessa demanda, os estudantes querem a instalação imediata do Comitê do Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES) e a garantia da participação estudantil nessa comissão. O COAPES permite que os alunos possam atuar de forma supervisionada na rede pública de saúde, especialmente nas unidades básicas de saúde (UBS) e nas emergências.
Repasse
Nesta quinta (25), o Ministério da Saúde informou que liberou R$ 5,6 milhões para os atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Os recursos podem ser utilizados para a qualificação da assistência e tem o objetivo de ampliar o acesso da população aos serviços oferecidos.
O receita foi liberada por meio do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (REHUF). Aprovados em lei orçamentária, os valores são pagos pelo Ministério da Saúde, em parcela única, para as instituições universitárias que comprovaram o cumprimento das metas de qualidade relacionadas a porte e perfil de atendimento, capacidade de gestão, desenvolvimento de pesquisa e ensino e integração à rede do SUS.