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Aluna da UnB precisa de você para construir robô na Suécia

Fernanda Amaral Melo conquistou uma vaga para um intercâmbio de seis meses no país europeu. No entanto, não tem condições de bancar a estadia durante o programa. Ela criou uma vaquinha virtual para tentar arrecadar os R$ 10 mil de que precisa

atualizado

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O corte no programa Ciência sem Fronteiras (CSF) prejudicou vários jovens que sonhavam em estudar fora do país. É o caso de Fernanda Amaral Melo, de 20 anos. A estudante do quinto semestre de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB) conquistou uma vaga para um intercâmbio de seis meses na Suécia, mas a falta de auxílio financeiro aparece como empecilho para a realização do sonho.

A universidade sueca bancará o deslocamento da estudante dentro da União Europeia, além do curso e o alojamento. No entanto, Fernanda deve arcar com os custos de alimentação, transporte e material didático, além do trajeto de Brasília até o continente europeu e a volta para a capital.

“Não tenho condições de financiar o projeto. Estava juntando dinheiro para comprar um carro e disposta a dar tudo o que consegui para conseguir fazer a viagem, que é uma oportunidade muito bacana. Mas, infelizmente, a quantia não cobre o necessário”, contou ao Metrópoles. O intercâmbio daria a Fernanda a chance de desenvolver um robô para auxiliar idosos e seus cuidadores nas atividades diárias.

O fim do Ciência sem Fronteiras influenciou muito nisso. Cortaram (o programa) por conta da crise e falta auxílio para os estudantes interessados. Estou tentando correr atrás e não tenho apoio por parte da UnB. Eles têm muitos programas para a pós-graduação, mas para a graduação ainda falta

Fernanda Amaral Melo, estudante de engenharia elétrica da UnB

Entre 2011 e 2016, o Ciência sem Fronteiras concedeu 101 mil bolsas de estudo, sendo 65.205 delas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e outras 35.795 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Somente por parte da Capes, o número representou um gasto de R$ 8.705.940.613,36 aos cofres públicos.

Com a falta de previsão para novos editais do Ciência sem Fronteiras, a Capes informou que a estudante pode tentar uma candidatura via Programa Geral de Cooperação Internacional (PCGI). “O programa, além de selecionar projetos conjuntos de pesquisa e parcerias universitárias, também objetiva selecionar candidaturas individuais, para casos de candidatos academicamente excepcionais que não possam ser contemplados por editais específicos da Capes”, completou, em nota, o órgão.

Arquivo pessoal
Fernanda trabalha no desenvolvimento de um robô para auxiliar médicos que realizam cirurgias laparoscópicas

Projeto atual
Atualmente, a jovem trabalha em um projeto de iniciação científica financiado pelo Ministério da Saúde na própria UnB, onde participa da construção de um equipamento que pretende auxiliar médicos que realizam cirurgias laparoscópicas (minimamente invasivas) no Sistema Único de Saúde (SUS). Foi pela orientadora do projeto que soube da possibilidade de ir para a Suécia, uma vez que ambos são desenvolvidos na área de engenharia biomédica.

“Hoje eles utilizam um médico para segurar o endoscópio e outro para realizar o procedimento. O robô substituiria um dos profissionais, o que poderia ajudar nos custos da saúde pública. Existem outros equipamentos que fazem isso hoje, mas eles são absurdamente caros. O nosso projeto é fazer algo economicamente viável para o SUS”, explicou Fernanda.

Campanha virtual
Para tentar resolver a situação, a estudante iniciou uma campanha na internet para arrecadar R$ 10 mil, quantia necessária para se manter na Suécia durante o programa. “Aconteceu tudo muito rápido. Recebi a resposta na semana passada e comecei a correr atrás de tudo agora. Até para conseguir o visto eu já preciso ter o dinheiro na conta”, declarou. O curso tem início em 15 de agosto e vai até 12 de dezembro deste ano.

Quem quiser ajudar pode contribuir através do site www.vakinha.com.br/vaquinha/ajude-a-fe.

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