Educação detalha plano de aulas remotas na rede pública do DF. Veja
No dia 8 de março, 486 mil alunos de escolas públicas retomam os estudos via internet. Senhas são geradas pelas instituições de ensino
atualizado
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As aulas remotas na rede pública de ensino do Distrito Federal começam em 8 de março para 486 mil alunos dos ensinos fundamental e médio. Neste primeiro momento, as aulas serão apenas virtuais, devido ao aumento de casos de Covid-19 na capital. Cada um dos colégios será responsável por cadastrar seus estudantes na plataforma Escola em Casa DF, pela qual serão ministrados os conteúdos.
Como de 2020 para 2021, 20 mil novos estudantes se matricularam na rede pública do DF, os e-mails e tokens para acesso estão sendo criados a partir do número de cadastro de cada um. Os alunos que estavam em qualquer instituição da rede, mesmo que tenham feito transferência de localidade, já têm a a senha e e-mail gerados e acessarão a plataforma normalmente. A migração deles de ano, caso tenham sido aprovados de uma série para a outra, é feita automaticamente.
“A classificação em turmas é feita pelas escolas, o e-mail criado e o código de acesso também. Tudo é enviado eletronicamente. Ninguém precisa ir presencialmente buscar senhas. Alguns novos alunos ainda não receberam seus cadastros, mas isso tudo será finalizado até 8 de março quando as aulas começam. Qualquer dúvida, os pais ou estudantes podem entrar em contato com a própria escola onde foi realizada a matrícula”, ressaltou ao Metrópoles o secretário-executivo da Educação do DF, Fábio Sousa.
Segundo ele, os professores da rede não vão até as escolas para ministrar as aulas ou usar internet, como ocorre na rede privada do DF. Os docentes vão lecionar em sair de suas casas. “Os professores gravam as aulas de casa e postam na plataforma, e há ainda a interação com os alunos”, completou Sousa.
Chip para celular e internet
Como a plataforma é totalmente on-line, alunos e professores têm acesso a ela e somente a ela sem pagar pelos dados móveis. Se precisarem de internet para busca, pesquisa em sites e outras ações precisarão fazer isso por meios próprios.
“Os alunos que têm o cartão material escolar podem comprar o chip pré-pago das operadoras com o benefício. Todos os matriculados têm acesso ao aplicativo”, completou o secretário-executivo da pasta no DF.
A plataforma Escola em Casa DF é a sala de aula virtual da Secretaria de Estado de Educação desde 2020, quando o ensino remoto começou devido à pandemia do novo coronavírus. A previsão era de que as aulas na rede pública para o ano letivo de 2021, começasse em 8 março usando o aplicativo de maneira híbrida, mas não foi possível.
O retorno do ensino presencial, mesmo que escalonado, só será analisado novamente em 23 de março, dependendo da redução da contaminação e da liberação de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A plataforma é utilizada por meio do Google Sala de Aula, de acesso exclusivo para professores e estudantes dessa secretaria, para fins pedagógicos.
Os professores se comunicam com estudantes realizando videoconferências, troca de mensagens, acesso a materiais didáticos, aplicação de avaliações, formação de grupos de trabalho, entre outras atividades. No entanto, ainda existe uma reclamação generalizada por parte dos docentes no que diz respeito à internet.
“Nunca consegui usar a internet da secretaria. Uso a minha mesmo para dar aulas. Vamos voltar no mesmo modelo que era em 2020”, afirmou Samuel Fernandes, diretor do Sindicato dos Professores do DF.
Empenho
De acordo com a diretora do Sinpro Rosilene Corrêa, em 2020, cada professor se virou como podia para ensinar aos alunos.
“Foi tudo de surpresa, tínhamos 15 dias para adequação. Os professores que não tinham internet, adquiriram internet; quem não tinha computador comprou. Em 2021, a responsabilidade continua com a gente. O ano letivo em 2020 foi de muitos desafios, mas os professores deram o máximo de si. Infelizmente, nosso retorno está se dando nessas condições, mas temos que manter o cuidado para não haver contaminação, cuidado com a saúde”, afirmou Rosilene.
Segundo ela, houve uma reunião com o GDF para tratar do retorno, na última sexta-feira (26/2). “Diante das condições da pandemia não conseguimos ver a médio prazo o retorno [presencial]. Não tem vacina e as escolas precisam estar preparadas. Agora, a gente precisa é melhorar a escola virtual e fizemos os apontamentos para a secretaria que tem se esforçado. Eles entregaram material de moto, os ajustes estão sendo feitos”, completou a diretora do Sinpro.
Ela ainda enfatiza que sem vacina é difícil haver um retorno às salas de aula pelo risco da Covid-19. “A secretaria precisa investir mais e precisamos do apoio dos pais para que nos ajude nessa força-tarefa de educar nesse momento delicado em que precisamos cuidar da saúde”, disse.