metropoles.com

Para se livrar da gestão do Mané, Terracap pagará IPTU do estádio

Edital da parceria público-privada deve ser republicado na segunda-feira (5/2). Interessados devem entregar propostas até 8 de março

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Estadio Nacional mane garricha Brasília(DF), 28/09/2017 – Foto:
1 de 1 Estadio Nacional mane garricha Brasília(DF), 28/09/2017 – Foto: - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) encontrou uma forma de estimular a iniciativa privada a assumir a gestão da ArenaPlex, formada pelo Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o Ginásio Nilson Nelson e o Complexo Aquático Cláudio Coutinho: assumir a despesa do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) enquanto durar a parceria público-privada.

O IPTU foi justamente a questão que fez o processo ser suspenso em 29 de janeiro. Com a definição, o edital de licitação da ArenaPlex deve ser republicado no Diário Oficial do DF (DODF) na segunda-feira (5/2). O novo certame estabelece prazo de 30 dias para os concorrentes apresentarem propostas. A disputa que prevê a concessão do complexo esportivo havia sido questionada por órgãos do GDF e interessados no negócio. Por isso, sofreu alterações.

O novo texto confirma que o IPTU de R$ 800 mil anuais será bancado integralmente pela Terracap enquanto durar a parceria público-privada. Essa condição foi imposta pelos interessados para que o negócio saia do papel.

A possibilidade de alteração no valor do dispêndio, com reajustes anuais, por exemplo, faria com que o estudo de reequilíbrio econômico da parceria público-privada oscilasse. No edital suspenso em janeiro também existia a dúvida sobre quem pagaria o imposto.

Com o novo edital, as propostas dos interessados em assumir a ArenaPlex devem ser entregues até 8 de março. No mesmo dia, a Terracap começa a abrir os envelopes e divulga o número de interessados.

Três envelopes serão entregues pelos consórcios. Um contém certidões negativas de débito e trabalhista e outras que comprovem a lisura do participante. Outro com o valor da outorga, que determinará o vencedor do processo. O terceiro – e mais importante – trata da parte técnica, da requalificação da área, da modelagem e do plano de negócio. Segundo o governo, vence o processo quem oferecer a maior contrapartida ao assumir a gestão das praças desportivas.

A previsão é de que o futuro administrador da ArenaPlex seja anunciado nas primeiras semanas de abril. A reportagem apurou que há grupos holandeses e franceses interessados no negócio. Outras empresas estrangeiras acabaram desistindo pelas constantes paralisações no certame.

Passos lentos
Desde 2016, o GDF tem patinado na concessão. O Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) andou a passos de tartaruga até o fim de 2017, quando ganhou forma, mas voltou a travar no primeiro mês deste ano.

Se o negócio enfim vingar, o vencedor vai administrar o complexo por 35 anos. Em troca, pagará R$ 5 milhões para a Terrecap e um percentual aplicado em ganhos eventuais. Terá, ainda, que desembolsar R$ 80 milhões para reformar o Mané Garrincha.

Salas comerciais, bares e restaurantes
O grupo disposto a administrar o estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014 – e envolto em um escândalo de suposto pagamento de propina para financiamento de campanhas – também precisará investir cerca de R$ 200 milhões a fim de transformar a área ao redor da praça desportiva em um grande complexo, com salas comerciais, bares, restaurantes, lojas e permissão para explorar 7 mil vagas de estacionamento. Na avaliação do governo, é a construção desse boulevard que garantirá o retorno do investimento.

Abandonado em 2017, o Estádio Nacional de Brasília acumulou o maior prejuízo de arrecadação desde a sua reabertura, em 2013. De janeiro a dezembro, a arena embolsou R$ 760.593,97 com os jogos e eventos feitos na praça desportiva. O valor, contudo, mal cobre o gasto referente a um mês, que gira em torno de R$ 700 mil.

Durante toda sua operação, o estádio sempre ficou no vermelho. No ano passado, obteve R$ 1,7 milhão com jogos e espetáculos, mas apresentou dispêndio de R$ 8,7 milhões – cerca de R$ 7 milhões de prejuízo. O cenário foi o mesmo em 2013, 2014 e 2015, o que motivou a Terracap a abrir processo de concessão do espaço à iniciativa privada.

De lá para cá, a situação financeira referente à arena se agravou. Um dos principais golpes no Mané Garrincha foi dado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pelos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro.

Em fevereiro, foi proibida a venda de mandos de campo para outros estados que não os de origem dos times. Nem mesmo a permissão para jogos da Primeira Liga e da Copa Sul-Americana mudou o cenário. Clubes e empresários negociando partidas preteriram o estádio. Os motivos variaram desde o custo de aluguel até o desinteresse de dirigentes. Sem o futebol, o espaço perdeu sua principal atividade.

Esse cenário, contudo, começa a mudar. Tanto que, no domingo (4), o Mané Garrincha receberá o primeiro jogo do ano disputado por clubes de fora do DF. O Flamengo enfrentará o Nova Iguaçu, pelo Campeonato Carioca. O duelo está marcado para as 16h.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?