Para equilibrar orçamento, GDF deve privatizar e cortar gratificações
De acordo com fontes da equipe econômica do Buriti, medidas estão sob análise do governador Rodrigo Rollemberg: anúncio na semana que vem
atualizado
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O Governo do Distrito Federal prepara nova ofensiva para equilibrar as despesas e reduzir o deficit de R$ 1,5 bilhão no orçamento local. A ordem é conter os gastos até dezembro. Para tanto, a equipe econômica tem adentrado madrugadas em reuniões e repassou uma série de sugestões ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que já deve anunciar o arrocho na próxima semana. Parcelamento de salários, corte de gratificações, exclusão de cargos e privatizações fazem parte das alternativas em análise pelo chefe do Executivo.
De acordo com interlocutores da cúpula do GDF, embora o governador tenha afirmado reiteradas vezes que a Companhia Energética de Brasília (CEB) e a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) não sofreriam mudanças no modelo administrativo, são fortes as chances de ao menos a CEB ser privatizada ainda nesta gestão.Ou cortamos gastos ou a máquina quebra
Disse fonte do Buriti ao Metrópoles
Menos cargos e sem gratificações
Com a popularidade afetada pelas medidas de austeridade, Rollemberg não quer aumentar impostos. Então, além de privatizar estatais, o mais provável é que ele mire novamente no funcionalismo público distrital, determinando a glosa de gratificações. Também é avaliado o corte, ou mesmo a extinção, de alguns cargos na estrutura do governo.
Nos últimos dias, o Buriti já havia descartado a possibilidade de conceder reajustes salariais a diversas categorias funcionais do DF. E o próprio governador deu como certo o parcelamento de salários de ativos e inativos – só quem não corre risco de ficar sem receber é o pessoal da segurança pública. Nessa hipótese, os vencimentos teriam a primeira parcela paga no quinto dia útil e a segunda, uma semana depois.
“A conta é simples: o GDF gasta mais do que recebe. Hoje, precisa cortar despesas e aumentar receitas”, destacou outro integrante do governo.
A verdade é que o chefe do Executivo está quase sem alternativas. Ele já cortou 40% dos cargos comissionados, não deu aumento salarial para servidores e congelou despesas, mas, só a fornecedores, o GDF ainda deve R$ 800 milhões. Algumas administrações regionais, por exemplo, trabalham com a metade do pessoal que tinha no governo anterior. No entanto, na avaliação do GDF, tudo isso ainda é insuficiente. E é nesse cenário que as novas medidas de contenção dos gastos públicos são gestadas.
Uma boa notícia para o GDF seria receber os R$ 780 milhões devidos pela União, referente a débitos previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A dívida é reconhecida pela Justiça e tem sido motivo de reuniões constantes com o Governo Federal, que, tampouco, tem sinalizado com a liberação dos recursos.