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Vai sacar o FGTS? Saiba o que fazer com o dinheiro

Especialistas recomendam o pagamento de dívidas antes de qualquer investimento, mas dão opções para quem quer poupar

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Brazilian work document and social security document (carteira de trabalho) and currency
1 de 1 Brazilian work document and social security document (carteira de trabalho) and currency - Foto: Reprodução

Com a confirmação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que haverá a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), muitas pessoas já começaram fazer planos para o dinheiro inesperado. O Metrópoles conversou com especialistas em finanças e eles deram dicas de investimento para aqueles que ainda estão em dúvida sobre o que fazer com a quantia.

Retire tudo o que puder

O porcentual de quanto será possível sacar por ano não está definido. No caso de eventual aprovação da regra, o governo pensa em colocar um porcentual único, que pode ser de até 35% ou R$ 3 mil, caso os 35% alcancem um valor superior a esse. Em qualquer um dos casos, os economistas afirmam: retire o quanto for possível.

“A melhor solução é sempre sacar, pois a rentabilidade do FGTS fica abaixo da inflação. Isso significa dizer que deixar o saldo parado, na prática, é perder dinheiro”, pontua o especialista financeiro Alexandre Arce.

O cálculo do rendimento do FGTS é de 3% ao ano somado à Taxa Referencial (TR), atualmente zerada. Com a inflação de 2019 estimada em 4,25%, já há uma perda garantida de 1,25%. Deixar esses porcentuais passarem de pouco em pouco pode virar um prejuízo grande com o passar do tempo. “Imagina daqui a 10, 15 anos deixar esses pequenos números irem se somando. Será um grande prejuízo”, alerta.

Arte/Metrópoles

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pague as dívidas

A prioridade, segundo o especialista, deve ser o pagamento de eventuais dívidas. Mesmo que não dê para quitar tudo com o montante sacado, ter dinheiro na mão ajuda a negociar. “Aquelas dívidas mais longas, principalmente com bancos, são possíveis de negociar. Depois de certo tempo, eles passam a nem contar mais com o retorno e apresentam alguma proposta, facilitam as coisas”, explica o coordenador dos cursos de finança do Ibmec, Wiliam Baghdassarian.

Cartão de crédito e cheque especial, aqueles com maiores juros, são os que precisam ser eliminados primeiro. “A lógica deve ser pagar da mais cara para a mais barata”, afirma Baghdassarian.

Faça uma reserva para emergências

“Não dá para prever uma batida de carro, uma doença ou demissão. Por isso, é bom reservar algo em torno de 3 meses de salário, por exemplo, em que seja possível uma retirada imediata”, afirma Alexandre Arce. Tesouro Direto, CDBs e fundos bancários são exemplos de aplicações que vão render e podem ser utilizadas em qualquer eventualidade.

Para isso, explica Arce, é preciso fazer um grande planejamento. “Se conhecer financeiramente é fundamental. A partir de um auto-controle com os gastos, é possível traçar metas condizentes com o orçamento e separar um ‘colchão de emergências”, aconselha.

Invista

Caso não haja dívidas e a reserva de emergência já esteja separada, os especialistas recomendam que o dinheiro do FGTS seja aplicado em qualquer lugar, menos na poupança. Esta é a opção que menos rende, um valor quase igual à inflação.

Por causa disso, Arce diz que é a hora de o brasileiro começar a olhar para a renda variável. “Com a queda da taxa Selic, o Tesouro Direto não vale tanto a pena mais. Fundos imobiliários e bolsa são um bom começo”, opina.

Já Baghdassarian é mais cauteloso. Para ele, a renda fixa ainda deve ser um caminho a ser olhado com bons olhos. “Para aquela pessoa que não têm tempo de acompanhar o mercado financeiro, não vale a pena se arriscar tanto. Os fundos de renda fixa indexados à inflação, com um prazo maior, ainda podem ser uma boa. Em um risco médio, um fundo multimercado é o aconselhável”, pondera.

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