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Turismo parado no DF: hotéis fecham e empresários pedem ajuda

Na manhã dessa segunda (30/03), a Associação Brasiliense das Agências de Turismo Receptivo (Abare) realizou carreata para chamar a atenção

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Turismo parado no DF: hotéis fecham e setores pedem ajuda
1 de 1 Turismo parado no DF: hotéis fecham e setores pedem ajuda - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Com a possibilidade de o governador Ibaneis Rocha (MDB) ampliar por mais 15 dias as medidas preventivas para combater o novo coronavírus no Distrito Federal, um dos setores mais afetados com os fechamentos, o de turismo, está em alerta. Sem hóspedes, pontos turísticos abertos ou eventos programados, 2020 já passou a ser considerado um ano perdido para o segmento.

Conforme lembra o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Silva, até a última sexta (27/03), foram 4.267 demissões no setor e a expectativa, caso a situação se mantenha, é de um número ainda maior até a próxima semana. “Estimamos até 11 mil demissões”, sentencia.

Para ele, apenas medidas como a proposta do governo federal de suspender o contrato de trabalho por três meses ou uma moratória com o GDF poderiam salvar os hotéis e restaurantes. “Se o governo não ajudar, não tem como. Vai ser uma demissão geral e todos irão fechar as portas”, diz.

Enquanto o ramo alimentício ainda tenta se virar com entregas em domicílio, são os hotéis que sofrem com a falta de clientela. “Não tem hóspede. Vários hotéis já estão fechando as portas, por ser mais barato”, comenta.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio), Francisco Maia, lembra ainda que Brasília não é uma cidade que atrai a atenção de visitantes, como o Rio de Janeiro ou a Região Nordeste. O turismo na capital é diferente. “É um turismo de negócios. Assim que o governo parou, os hotéis esvaziaram”, analisa.

Ele próprio é dono de dois hotéis na capital e não viu outra opção que não fosse paralisar as atividades. “Só para se ter uma ideia, o principal site de reservas do momento realizou apenas 165 pedidos na semana passada em todos os credenciados do DF. Para os próximos dias são 67”, revela.

O setor de eventos, que também atrai público de fora do DF, foi interrompido. Conforme conta Maia, todos os grandes eventos estão cancelados na capital pelo menos até novembro. “Imagina o prejuízo que não vai ser. Tanto para quem organiza como para o artista, por exemplo, que precisou cancelar toda a agenda”, lembra.

Segundo ele, mesmo sendo ainda março, 2020 já pode ser considerado um ano perdido. “Imagina como e quando que isso vai voltar. É uma cadeia, se você cancela um evento, tudo embaixo também sente os reflexos”, explica.

Setor protesta

Preocupados com o rumo que a economia do setor está tomando, membros da Associação Brasiliense das Agências de Turismo Receptivo (Abare), também afetados pelo novo coronavírus, fizeram um protesto na manhã dessa segunda-feira (30/03). Com todos os eventos na capital cancelados pelos próximos meses, as empresas não sabem como se sustentarão daqui para frente.

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Eles pedem ajuda para não fecharem as portas
Carreata aconteceu no Eixo Monumental e foi até o Palácio do Buriti
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Trabalhadores do turismo receptivo protestaram na manhã do dia 30/3

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“O turismo foi um dos primeiros a parar e vai ser o último a retomar os serviços. O que a gente quer é um olhar mais atento ao nosso segmento”, pede Julio Cesar Wiedemann, que esteve na manifestação e é dono de uma empresa que realiza transporte de turistas.

Na mesma linha do presidente da Fecomércio, Wiedemann lembra que todos os eventos foram cancelados até o final do ano e, dessa forma, fica impossível manter os empregados. “Só da minha agência, o custo fixo mensal varia de R$ 35 mil a R$ 50 mil por mês. Como não tenho receita, consigo aguentar só mais um mês e meio ou dois”, conta.

Segundo o associado, são cerca de 500 empresas no DF, entre pequenas e grandes, que dependem do trabalho de transporte executivo. Sem apoio do governo, ele alega que todas acabarão fechando. “O nosso negócio está comprometido. Mesmo que eu quisesse trabalhar, eu não conseguiria no momento. Está tudo fechado”, lamenta.

O que diz a Secretaria de Turismo

Procurada, a Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF) informou, por meio de nota, que está “sensibilizada com o atual cenário e tem adotado todas as medidas do Governo do Distrito Federal para minimizar os impactos econômicos da Covid-19 no setor turístico até que as atividades se normalizem”.

Entre as ações já tomadas que a pasta cita, está a assinatura de um Termo de Cooperação entre a Setur e o BRB, com vigência de seis meses, “que busca atender às necessidades urgentes e disponibiliza linhas de crédito com condições especiais de pagamento para pessoas físicas e jurídicas”.

Todos os membros do setor de turismo, informa a nota, serão beneficiados pela medida, que terá modelos de empréstimo e financiamento.

O texto ainda afirma que a pasta está tomando as “ações necessárias para superar a crise no menor espaço de tempo possível para que Brasília volte a receber turistas de todo o mundo”.

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