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Site do DF permite contratar avó de aluguel e goleiro para pelada

Cadastrados ainda podem, mediante pagamento, chamar alguém para jogar uma partida de videogame, entre outras atividades

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1 de 1 AN_8685 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A internet pode ser uma aliada para quem está em busca de emprego. Navegando pela web, é possível encontrar plataformas que conectam profissionais a potenciais clientes.

No Distrito Federal, tais iniciativas são uma opção aos 308 mil desempregados, número apurado em julho deste ano na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-DF), divulgada pela Secretaria de Trabalho e pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Lançada há dois meses, a brasiliense Oito é uma dessas ferramentas on-line. Os serviços, cadastrados de forma gratuita, são os mais diversos e curiosos possíveis: instalação de ar-condicionado, cabeleireiro, companhia para jogar videogame e até avó de aluguel para ficar algumas horas com crianças quando os pais tiverem outros compromissos.

Cabeleireiros, cerimonialistas, professores e costureiros também podem se cadastrar gratuitamente no site e oferecer mão de obra. Cada profissional pode adicionar até três habilidades.

Apenas autônomos

Karine Gonzaga, cofundadora da Oito, diz que a ideia surgiu durante uma conversa entre amigos sobre o cenário de desemprego no país. “Alguns amigos comentaram a dificuldade de fazer uma grana extra. Um deles estava há mais de dois anos procurando um emprego.”

Ela explica que o site funciona como uma versão virtual das Páginas Amarelas, o antigo guia de serviços popular no país. A startup não aceita o cadastro de empresas, apenas trabalhadores autônomos. No DF, eles somam 199 mil pessoas, de acordo com a PED.

A negociação entre o prestador de serviço e o cliente é direta, por isso a plataforma não fica com nenhuma parte do valor acordado pelo trabalho. Assim como o custo, horário e local devem ser combinados pelos usuários.

Ao final do trabalho, os clientes são aconselhados a avaliar o serviço, para que os demais usuários possam usá-los como critério em uma futura contratação. Os profissionais também são convidados a avaliar os consumidores.

Karine explica que as avaliações funcionam como uma base para a startup monitorar quem permanece na lista. Se um cliente ou um profissional é avaliado negativamente diversas vezes, pode ser bloqueado.

A possibilidade de fazer uma avaliação foi uma das características que atraiu Luciana Coutinho, de 40 anos. Desempregada desde o início deste ano, ela oferece seus produtos de papelaria personalizada, mas também usaria a Oito como cliente. “Estou precisando pintar minha casa e não conheço nenhum pintor. A vantagem é que eu consigo ver as avaliações das outras pessoas. Nos outros sites, fico na dúvida se a pessoa é séria”, afirma.

“Ajudinha”

Uma das modalidades oferecidas inclui serviços pouco convencionais entre ofertas de emprego, como a de goleiro para o futebol do fim de semana. “Hoje em dia, as pessoas pagam por serviços que antes a gente nem imaginava”, conta Karine.

A servidora pública Denize Damasceno, de 53 anos, é uma das pessoas cadastradas na categoria batizada de “Ajudinha”. Avó de aluguel, ela auxilia mães e pais a cuidarem de seus bebês no banho, na alimentação e na hora de dormir. “Eu me divirto com o que eu gosto e também ajudo [os pais]. É uma troca”, diz.

Denize decidiu usar a Oito como forma de complementação de renda e se preparar para a aposentadoria. “Daqui a quatro anos vou me aposentar. Decidi aproveitar para desenvolver um trabalho e ganhar experiência”, afirma.

As modalidades de trabalho presentes no site foram decididas por meio de um estudo de mercado e também após sugestões de alguns usuários. A plataforma, que nasceu como uma página na internet, vai estar disponível como aplicativo até o fim de 2019. A ampliação, segundo Karine Gonzaga, foi necessária devido à demanda dos usuários.

Segurança

Para usufruir de aplicativos como a Oito sem complicações, o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) recomenda que os usuários façam pesquisas na internet, em sites como o Reclame Aqui, e procurem quem já usou a plataforma. De acordo com Vinícius Fonseca, chefe de gabinete do Procon-DF, quando os usuários buscam pelas garantias de segurança, o próprio site começa a melhorar o monitoramento.

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