Sem transporte, criadores de aves do DF descartam 1,2 milhão de ovos
Segundo o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Distrito Federal, são produtos impróprios para o consumo humano
atualizado
Compartilhar notícia
Entre os setores mais afetados pela greve dos caminhoneiros, está o de avicultura. No Distrito Federal, já foram descartados 1,2 milhão de ovos férteis desde o início da paralisação. Segundo o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do DF (Fape), Fernando Cézar Ribeiro, são produtos impróprios para o consumo humano, destinados apenas a criações. “Não temos [nem] sequer bandejas para acomodá-los, porque estão em falta”, disse.
Com caminhões carregando farelo para ração de aves parados nas rodovias, produtores também estão registrando aumento da mortalidade dos animais, por falta de comida. Além disso, grandes empresas, como a JBS (Seara), com fábricas no Distrito Federal, não conseguem escoar a produção. “Algumas decidiram suspender o abate controlado, já que os frigoríficos estão abarrotados”, completou.
Brasília tem, atualmente, cerca de 10 milhões de aves de corte alojadas, 120 mil suínos e 2 milhões de matrizes de aves poedeiras. São produzidos mais de 2 milhões de ovos férteis. “Nossa principal preocupação é garantir a alimentação desses animais e o escoamento dos produtos”, disse o secretário.
A principal demanda dos produtores para amenizar os efeitos da greve é a liberação de mais de 60 caminhões de ração que estão parados nas rodovias de acesso à capital, em consequência da paralisação. “Estamos levantando onde estão os caminhões retidos e [planejando] a tomada de medidas para permitir o trânsito desse produto, para garantir que não aconteça um problema de desabastecimento e nem ambiental”, destacou o secretário após o encontro.
A pasta vai continuar avaliando com o setor produtivo durante a semana, para identificar os impactos, prejuízos e tomar medidas para garantir e normalizar o abastecimento da capital.