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Saque do FGTS injetará R$ 792 milhões no DF. Veja como usar o dinheiro

Especialistas alertam que dinheiro do fundo é uma “poupança” para a aposentadoria e situações especiais. Eles recomendam cautela

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Michael Melo/Metrópoles
Brasília (DF), 28/09/2015 - 30 DP - Notas de Cinquenta reais -Quadrilha especializada em roubo de carros e comercio - Dinheiro - Foto, Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 28/09/2015 - 30 DP - Notas de Cinquenta reais -Quadrilha especializada em roubo de carros e comercio - Dinheiro - Foto, Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A partir de 10 de março, os trabalhadores com dinheiro nas contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) poderão sacar os recursos. No Brasil, 30,2 milhões de pessoas terão acesso à verba extra. No DF, são 507,7 mil beneficiários, que terão direito a retirar R$ 792 milhões, segundo dados da Caixa Econômica Federal. Antes de sair gastando a grana, porém, é preciso planejar. Especialistas lembram que o FGTS é uma “poupança forçada” e torrar tudo rapidamente pode ser uma atitude perigosa.

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), lembra que a possibilidade de saque do FGTS será mais um ganho extra do brasileiro, mas não é a “salvação” de quem estiver com o orçamento apertado. Para ele, o trabalhador deve planejar como usar esse dinheiro inesperado. “Não é porque é uma verba inesperada que deve ser gasta desordenadamente”, afirma.

O economista alerta: “Se não tiver cuidado, os resultados serão os mesmos de vários outros valores que os brasileiros recebem, como restituição de imposto de renda, sendo direcionados apenas ao consumo ou ao combate do efeito do endividamento, e não das causas”.

Pague as dívidas
A principal dica é pagar primeiro as dívidas, que sofrem incidência de taxas muito mais altas que as das aplicações (como 430% ao ano no cartão de crédito, ou mais de 150% ao ano no cheque especial). Só depois de quitar tudo é que você deve pensar no que vai fazer com o restante, se sobrar, é claro.

É o que vai fazer o contador André Gomes, 41 anos. Com cerca de R$ 5 mil para sacar das contas inativas, conversou com a mulher e decidiu pagar a fatura do cartão de crédito, que vem sendo administrada no rotativo e crescendo a cada dia em função dos juros exorbitantes. O que sobrar será utilizado para uma poupança que o casal vai começar a fazer para uma viagem ao exterior. “Não é muito, mas é o começo”, garante.

Dê prioridade ao pagamento das dívidas que possuem algum bem como garantia. “Se você atrasar algumas prestações do carro ou da casa, o banco pode tomar esse bem de você”, explica a professora Myrian Lund, da Fundação Getulio Vargas (FGV). A mesma lógica vale para condomínio e aluguel atrasados, pois é a sua moradia que está correndo risco caso você não pague por vários meses.

Quitar empréstimos em geral, especialmente o cartão de crédito e o cheque especial, é uma recomendação unânime dos especialistas. Mas vale uma dica valiosa:  vá ao banco e renegocie. Com dinheiro na mão você pode reduzir os juros.

Onde investir
Os trabalhadores mais receosos em gastar terão a opção de não sacar os recursos. Essa, entretanto, não é uma boa opção de acordo com todos os especialistas ouvidos pela reportagem. A rentabilidade do FGTS é péssima: 3% ao ano mais Taxa Referencial, que está praticamente zerada. Em 2016, por exemplo, o FGTS rendeu menos do que a inflação (6,29%).

Para Haroldo Monteiro, economista especializado em Finanças da faculdade Ibmec, há opções mais interessantes para quem deseja aplicar o valor e ter um rendimento financeiro maior. Segundo ele, a poupança, por exemplo, tem rendimento de 7% ao ano.

Já o Tesouro Direto dá um retorno anual de 11%. “O Tesouro Direto é a melhor aplicação que existe no momento, para quem tem algum dinheiro guardado. É democrático, pois é para quem tem muito dinheiro e para quem tem pouco. Com R$ 30, já é possível investir”, justifica.

Então, se você está no time da minoria e não tem dívidas a pagar, faça aplicações e pense em formar uma poupança para quando chegar a aposentadoria ou para o caso de surgirem imprevistos, como desemprego ou doença. (Com informações do UOL, G1 e TV Globo)

 

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