Pelo quinto mês seguido, cai preço do m² para venda em Brasília
Apesar da queda do valor médio e da desvalorização em alguns bairros, Brasília ainda é a cidade mais cara do Brasil para se comprar imóvel
atualizado
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O período está favorável para os brasilienses interessados em comprar um imóvel no Distrito Federal. Brasília ainda é a cidade com o maior preço médio por metro quadrado do Brasil (R$ 8.043,00 em abril). Mas a boa notícia para quem pretende adquirir uma casa ou apartamento é que o valor da metragem apresentou queda pelo quinto mês consecutivo.
A informação consta em levantamento realizado em 30 cidades de diferentes regiões do país pela VivaReal – plataforma digital que conecta imobiliárias, incorporadoras, corretores e consumidores.O Setor de Habitações Individuais Sul (SHIS) foi o local com maior queda de preço no metro quadrado (-4,5%). Park Sul, Sudoeste, Jardim Botânico e Park Way também estiveram mais baratos em abril deste ano. Em compensação, Lago Sul, Noroeste e o centro da cidade foram os setores mais valorizados no mesmo mês, com aumentos de preço entre 0,6% e 0,9%.
O Noroeste liderou o ranking de bairros mais caros da cidade (veja abaixo), seguido pelo Sudoeste e pelo Park Sul. As asas Sul e Norte foram as mais procuradas para compra no mesmo mês – o Noroeste completa o Top 3 dos endereços mais visados pelos compradores.
- Bairros mais procurados para compra em abril:
Asa Norte
Asa Sul
Noroeste
Sudoeste
Lago Sul
- Bairros mais caros para compra em abril:
Noroeste – R$ 9.714,00/m²
Sudoeste – R$ 9.423,00/m²
Park Sul – R$ 9.330,00/m²
Asa Norte – R$ 8.776,00/m²
Asa Sul – R$ 8.727,00/m²
Desvalorização em 2017
A incerteza política fez com que o consumidor se comportasse de forma extrema nos últimos meses. “No início de 2017, a busca por imóveis para compra chegou à sua mínima histórica de 30% do total”, analisou Lucas Vargas, Diretor da VivaReal.
Em compensação, informou ele, abril foi marcado como o mês de aumento significativo na procura por imóveis para compra e esse comportamento inseguro e volátil por parte da demanda, como define o diretor, tem forçado maior flutuação nos preços dos imóveis.
“Diante da expectativa da recuperação da economia, há uma perspectiva de que a demanda por imóveis aumente, pressionando, assim, a subida dos valores”
Lucas Vargas
A perspectiva se confirma para a gerente de vendas de imóveis Elisa Fiaias, que apontou o mês de fevereiro como o pior em termos de vendas. Em abril, disse, o cenário mudou. “Apesar da melhora, estamos percebendo que, para se vender um imóvel hoje, é preciso que ele esteja no valor exato de mercado. O consumidor não está aceitando nada acima disto”, pontuou.
No DF, os preços dos imóveis mais vendidos entre os meses de março e abril variaram de R$ 250 mil a R$ 500 mil.
Cenário positivo para quem?
Apesar de a maior oferta sugerir um período próspero, o economista do Conselho Regional de Economia e Professor da Universidade de Brasília (UnB), Newton Marques, alerta para o real motivo na queda de preços.
“A oferta aumenta quando a demanda diminui e isso significa que, mesmo com imóveis mais baratos, a renda do brasiliense, em geral, não permite maiores investimentos neste setor”, explicou. Mas, para quem possui dinheiro aplicado no mercado financeiro, o momento é favorável.
“O que estamos vivendo é um ciclo vicioso e não um ciclo virtuoso. É como um cão que corre atrás do próprio rabo”, destacou. Segundo Marques, são necessárias medidas para tornar a economia constante, pois “picos como esses não são positivos para a atividade econômica”, analisou.
Aluguel
A pesquisa da VivaReal também apontou que, em abril, o valor do aluguel na capital teve uma queda de 4,5% em comparação com o mesmo período de 2016. O preço médio do metro quadrado no mês ficou em R$ 31,82. Asa Norte foi o bairro mais caro para se alugar e também o mais procurado, seguido da Asa Sul e Sudoeste.