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Gasolina a conta-gotas. Preço alto faz motoristas do DF mudarem hábito

Com o combustível vendido a até R$ 4,50, o litro, quem enchia o tanque tem colocado menos gasolina do que de costume

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Preço da gasolina
1 de 1 Preço da gasolina - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A variação no preço da gasolina provocou mudanças no comportamento dos brasilienses. Se antes as idas aos postos eram menos frequentes e o tanque saía cheio, agora há quem escolha abastecer a conta-gotas. A estratégia dos condutores tem dois propósitos: ver o valor do combustível cair nos próximos dias ou encontrar promoções pelo caminho.

Na segunda-feira (27/11), muitos postos cobravam até R$ 4,56 pelo litro da gasolina comum, no crédito; e R$ 4,46, no débito ou no dinheiro. O mais recente reajuste começou a ser colocado em prática no fim de semana e assustou os brasilienses. Desde 3 de julho, a política de preços da Petrobras trouxe alterações semanais.

Portanto, mais do que nunca, a ordem é pesquisar. A economia em cada litro pode chegar a R$ 0,50, levando-se em conta o preço mais alto encontrado pela reportagem — R$ 4,46 (débito ou crédito) —, e o menor valor, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e na L4 Sul — R$ 3,99.

Consumidores como o publicitário Fernando Ramos e o porteiro Júnior Moura confirmam a preferência por colocar menos combustível no tanque.

“Moro em Vicente Pires e estudo no Plano Piloto para concurso público. Às vezes, venho de manhã e acabo ficando o resto do dia para economizar gasolina”, diz Fernando. Sempre que pode, ele paga em dinheiro ou no débito que, em geral, é mais em conta. “Vale a pena porque dá para economizar pelo menos R$ 0,20 em cada litro. Hoje, evito encher o tanque, porque já aconteceu de eu perder uma promoção logo após uma queda de preço”, completou.

Júnior Moura contou que, no sábado (25/11), pagou R$ 4,46 pelo litro da gasolina comum, ou R$ 0,20 a mais do que na segunda (27). “Tanto aqui perto do trabalho (na 403 Sul) como onde eu moro, em Planaltina de Goiás, o preço é o mesmo. Raramente encho o tanque, porque sei que posso perder dinheiro”, ressaltou.

A engenheira de produção Vaniele Guimarães está sempre de olho nas placas dos postos de combustíveis. “Quando passo por um lugar com gasolina barata, aproveito. Já que não tenho como deixar o carro em casa, preciso diminuir os custos. Cada centavo conta”, relatou.

Felipe Menezes/Metrópoles
O economista João Vítor Alonso engrossa o coro de quem reclama do preço registrado nas bombas

 

“Nunca paguei tanto na vida por gasolina: R$ 200 o tanque”, reclamou o economista João Vítor Alonso. O uso do carro é considerado imprescindível, por isso, ele se sente obrigado a comprar gasolina. “Até testei o etanol, mas também é caro e não rende tanto. Como em Brasília as distâncias entre um lugar e outro são grandes, fica difícil ir de bicicleta ao trabalho”, pontuou.

A estudante Stefany Alves percorre 50 km diariamente da Estrutural, onde mora, para o trabalho, no Lago Sul. O consumo de 10 km por litro não agrada, e trocar o carro já está nos planos da motorista. “Vou vender esse, porque está muito difícil. Andar de ônibus é muito desconfortável, então, vou continuar precisando do veículo”, explicou.

Desequilíbrio financeiro
O consultor financeiro Álvaro Modernell critica a política do governo de reajustes em curtíssimo prazo. Para o especialista, com a instabilidade de preços, fica mais difícil planejar os gastos. “O governo está brincando com a população. O pior impacto financeiro é a imprevisibilidade. Por isso, é bom ter noção do preço médio e ficar atento aos postos que oferecem menores valores”, orientou.

Ao contrário da estratégia adotada pelos consumidores, Modernell entende que é importante prestigiar o comerciante que pratica preços melhores. “Por outro lado, ir mais vezes ao posto faz o consumidor perder tempo e gastar mais combustível. Por isso, é melhor estar com o tanque pelo menos na metade, porque se você acha um preço melhor, pode aproveitar. Quem está na reserva vai ser obrigado a abastecer no primeiro lugar que encontrar”, advertiu.

Se o gasto com combustível tem trazido problemas reais, o economista Newton Marques aconselha soluções mais drásticas. “É claro que o consumidor pode boicotar postos mais caros, mas, se for possível deixar o carro em casa, ir de ônibus ou metrô pode ser vantajoso. E se as finanças estiverem apertadas mesmo, uma saída é vender o carro ou cortar em outro item do orçamento”, recomendou.

Luiz Prisco/Metrópoles
Posto às margens da EPTG vende gasolina a R$ 3,99: filas na manhã desta terça (28/11)

 

Preço médio
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio praticado no Distrito Federal de 19 a 25 de novembro foi de R$ 4,086. O valor mais baixo estava em R$ 3,99, e o mais alto bateu a casa dos R$ 4,19. No período entre 29 de outubro e 4 de novembro, a gasolina foi vendida por R$ 3,882. Nas duas semanas seguintes, o litro era comercializado por R$ 3,938 e R$ 3,966, respectivamente.

O diretor de Comunicação do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal, Daniel Costa, explica que a variação causa efeitos diversos em cada um dos postos. Por isso, nem sempre os valores são uniformes.

“Os reajustes são diários. Então, às vezes, a Petrobras divulga que vai aumentar 7% ao dia, mas, em alguns postos aumenta mais e, em outros, menos. E não se trata só da mudança dos valores, mas também o preço do álcool, do frete, a margem de lucro de refinarias e distribuidoras. Às vezes, acontece de o comerciante não repassar ou não ter interesse de praticar preços diferentes.”

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