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No DF, 47 mil pessoas perderam o emprego durante a pandemia de coronavírus

No total, de acordo com levantamento da Codeplan, são 333 mil desempregados na capital do país

atualizado

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NILTON FUKUDA/ESTADÃO
DESEMPREGO
1 de 1 DESEMPREGO - Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia do Distrito Federal têm sido devastadores. Conforme dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF), realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) juntamente com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a taxa de desemprego total aumentou de 20,7%, em abril, para 21,3%, em maio. No total, são 333 mil desempregados.

Esse cenário é resulto da redução da População Economicamente Ativa (PEA), aquela que está empregada ou procurando emprego. Conforme mostra o estudo, pelo menos 48 mil pessoas deixaram de ir atrás de trabalho no mês de maio. O número é semelhante ao de moradores do DF que perderam a ocupação: 47 mil.

Uma dessas milhares de pessoas é a fotógrafa Bárbara Cabral, 28 anos. Acostumada a cobrir eventos na capital, ela acabou perdendo o emprego nas primeiras semanas da pandemia, uma vez que a agência para a qual trabalhava acabou diminuindo o quadro de funcionários por causa do fim da demanda. “Foi bem no começo de abril. Sem ter o que cobrir, acabaram dispensando muita gente”, relata a jovem.

Desde então, Bárbara tem mandado currículos para outros lugares, mas não teve sorte. Sem opções, precisou deixar o imóvel onde residia e voltou a morar com os pais. “Consegui o auxílio emergencial e continuo procurando algo que eu possa fazer por trabalho remoto, uma vez que não quero colocar em risco a minha família”, explica.

Estudo

Apesar de a taxa de desemprego ter aumentado de um mês para o outro, o número total se manteve em 333 mil. Isso se explica por causa das terminologias usadas pelo estudo. É considerada desempregada a pessoa que está sem trabalho, mas continua procurando uma oportunidade.

Há também os inativos, indivíduos que estão sem emprego e, por qualquer razão, não procuram nova ocupação. Dentro dessa classificação, o aumento foi expressivo. Enquanto em abril eram 876 mil moradores do DF em condições de trabalhar, mas que não buscaram recolocação, em maio esse número chegou a 919 mil.

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Maio de 2020 se mostrou o pior mês dos últimos anos
População de baixa renda é quem mais sofre com o desemprego
Número de ocupados reduziu em vários setores
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Gráfico que mostra o aumento de inativos no DF

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Maio de 2020 se mostrou o pior mês dos últimos anos

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População de baixa renda é quem mais sofre com o desemprego

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Número de ocupados reduziu em vários setores

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“A pandemia fez com que houvesse mudança conjuntural no perfil da inatividade. São pessoas de todas as faixas etárias que perderam o emprego e não foram atrás de outro porque tudo estava fechado”, explica Adalgiza Amaral, coordenadora da pesquisa pelo Dieese.

Um exemplo dessa mudança é que o número de inativos com experiência de trabalho nos últimos seis meses quase dobrou. Saiu de 8,8% do total, em maio de 2019, para 16,6%, em maio de 2020.

Segundo Adalgiza, a perspectiva para os próximos meses, a partir da reabertura de todas as atividades comerciais, não é animadora. “Quando esses que estão inativos por causa da pandemia voltarem a buscar trabalho, e o mercado não comportar a todos, o desemprego irá aumentar”, diz.

Análise parecida é feita pelo professor do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário IESB Luis Guilherme Alho. O docente dá o exemplo prático de um restaurante que vai abrir as portas a partir do dia 15 de julho. “Com o afastamento das mesas, haverá menos clientes e, por consequência, menor necessidade de funcionários, até por causa da redução da arrecadação, que também será menor”, compara.

Na análise de Luis Guilherme, será impossível voltar, tão cedo, ao patamar de consumo de antes da crise causada pela Covid-19. Fatores como o medo e a falta de controle da pandemia são grandes influenciadores para esse fenômeno. “Com consumidores receosos de sair de casa, os próprios donos de estabelecimentos ficam reticentes na hora de investir demais. É algo ainda que pode ter reflexos até agosto ou setembro”, pontua.

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