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DF: 54% dos devedores pegam empréstimo para quitar outra dívida

Percentual de Brasília ultrapassa o índice nacional. Especialistas aconselham prática só para dívidas com altas taxas de juros

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1 de 1 dinheiro-mm - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

Dívidas são motivo de dor de cabeça para muitos brasilienses. O Distrito Federal tem 793.202 famílias com débitos pendentes, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de setembro, divulgada pela Federação do Comércio do DF (Fecomércio). O número representa 80,3% das famílias brasilienses.

Um levantamento da empresa de empréstimo pessoal on-line Lendico aponta que a solução para muitas dessas famílias é o empréstimo. Segundo pesquisa, a maioria dos pedidos realizados por brasilienses na plataforma em setembro tinha como propósito o pagamento de dívidas.

Na capital federal, a média é de 54%, enquanto em todo o país, o percentual de endividados que buscam uma solução por meio de empréstimos é de 45,26%. O índice de setembro é também o maior para o ano. Em agosto, a prática representou 53% dos casos; em julho, 46%.

Segundo Marcos Maia Rech, da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), pegar um empréstimo para pagar uma dívida é indicado apenas para aquelas com altas taxas de juros. Nesse caso, a operação funciona como uma espécie de “substituição”: troca-se um passivo por outro “menos caro”.

“Não deve ser a primeira opção, a não ser que a dívida esteja fora de controle”, afirma. Rech cita os débitos com cartão de crédito, em que os juros giram em torno de 10% ao mês, como uma das situações em que o empréstimo pode apresentar vantagem para o consumidor.

Denis Lopes, CEO da Lendico, aponta que esse costuma ser o perfil de clientes da empresa. “Vale observar que muitas pessoas pedem empréstimos com o objetivo de trocar uma dívida mais cara por uma mais barata.” Entre os débitos comuns dos clientes, estão quitação de faturas de cartão de crédito, liquidação de cheque especial e portabilidade de dívidas.

Corte de gastos

O professor do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília (UnB) Jomar Miranda Rodrigues também não recomenda o empréstimo para o pagamento de dívidas que não sejam as de altas taxas de juros e de longo prazo.

Quem não se enquadra neste caso precisa reorganizar o orçamento e cortar gastos. A prática vale também para evitar novos endividamentos, tanto com as parcelas do empréstimo como após a quitação do débito. “Ninguém faz dívida para pagar conta de água. As maiores dívidas são no comércio varejista”, conta o docente. “Não são dívidas de primeira necessidade.”

O planejador financeiro Marcos Rach aconselha ainda que esse corte seja feito aos poucos, e não de forma radical. “Cortar tudo não é ter controle. Muita gente diz que não consegue viver tão diferente [após cortes bruscos] e volta para o mesmo lugar”, afirma. Rach aconselha que o consumidor vá se acostumando e fazendo opções, até que o orçamento mais enxuto se torne um hábito.

Renegociação

Outra solução para quitar as dívidas é fechar um acordo de renegociação com o credor, prática que cresce nos últimos meses do ano. A tendência é justificada pelo recebimento do 13º salário e de participação nos lucros e bônus por algumas empresas, aponta o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

No entanto, não é preciso esperar pelos feirões para renegociar as dívidas. O consumidor pode entrar em contato diretamente com o credor. Muitas instituições financeiras permitem que a renegociação comece pela internet, como o Banco de Brasília (BRB), Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

O Serasa Consumidor disponibiliza o processo on-line, de forma gratuita, pelo site ou aplicativo. A plataforma conta com 30 parceiros – bancos, empresas de telefonia e instituições de ensino, por exemplo – para atendimento em tempo real, com descontos que chegam a 90%.

Porém, antes de fechar o acordo, o consumidor deve colocar no papel o valor gasto no mês e a renda, para saber quanto é possível assumir em uma proposta de renegociação.

É importante ainda priorizar a dívida com a taxa de juros mais elevada, em caso de mais de um débito. Outra recomendação é que o consumidor opte por acordos com número menor de parcelas, visto que o alongamento da dívida pode torná-la maior.

Outros objetivos

O levantamento da plataforma aponta ainda outros motivos para os empréstimos de moradores do DF: 23,8% fizeram o pedido com a intenção de empreender. Na capital, são 297 mil empreendedores, de acordo com um relatório da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), divulgado nessa terça-feira (29/10/2019).

Do total de consumidores, 7% gastarão com férias, eventos ou festas, beleza ou saúde; 5,5% querem realizar alguma compra e, por isso, precisam do empréstimo; e 2,5% vão usar o recurso na educação.

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