Ainda no sufoco. Inflação do DF registra leve desaceleração, mas cenoura, cigarros e combustíveis pressionam
Índice de janeiro ficou em 0,93%, abaixo do que foi registrado em dezembro. Capital do país está entre as cinco cidades que ainda mantém IPCA de um dígito
atualizado
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O ano de 2016 começou com um pequeno alívio no bolso dos brasilienses. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou no mês de janeiro variação de 0,93% na cidade e ficou 0,17 ponto percentual abaixo da taxa de 1,10% registrada em dezembro. O resultado aponta uma desaceleração dos preços, ao contrário do que evidencia a média nacional, que teve alta de 1,27%.
Mesmo com a desaceleração registrada no ritmo inflacionário brasiliense, alguns grupos apresentaram consideráveis altas, como o de alimentação e bebidas (1,97%). Destaque para o aumento nos preços da cenoura (57,78%), cebola (22,90%) e banana-prata (20,79%).Nas despesas pessoais (1,46%), chamou a atenção o aumento do cigarro (18,29%). Já no grupo habitação (0,94%), o sabão em pó foi o grande vilão, com alta de 4,62%. Já os combustíveis foram reajustados em 3,57% em apenas um mês. Tanto os cigarros quanto os combustíveis tiveram aumento por conta da alteração da alíquota de ICMS cobrada pelo Governo do DF sobre os produtos.
No acumulado dos últimos 12 meses, a capital do país manteve uma inflação na casa de um dígito (9,82%). No mesmo período, o desempenho nacional teve alta de 10,71%. Das 13 cidades pesquisadas pelo IBGE, quatro localidades além do DF estão com variações de um dígito acumuladas em 12 meses: Belo Horizonte, Vitória, Belém e Campo Grande.
De acordo com o diretor de Estudos e Pesquisas da Companhia de Planejamento do DF (Codepan), Bruno de Oliveira Cruz, a desaceleração deve-se principalmente ao grupo transportes (de 3,52% para 0,66%), mais especificamente ao setor aéreo. “O período de compra das passagens ocorreu no fim do ano passado, quando houve reajuste nas tarifas, e o aumento não foi identificado em janeiro.”
Ainda de acordo com ele, as condições climáticas foram as principais responsáveis pelo aumento do preço do grupo de alimentação. “Em alguns casos, seca intensa ao plantar e, em outros, chuvas torrenciais na hora de colher”, esclareceu o pesquisador.
Produtos da época
Para o economista Geraldo Nogueira, a pressão sobre o bolso dos consumidores continua. De acordo com ele, os brasilienses precisam aprender a planejar os gastos de forma a aproveitar a sazonalidade de algumas frutas e verduras. “É muito importante entender quais são os produtos da época e consumi-los com mais frequência do que aqueles que não são”, explica.
Ele cita como exemplo os aspargos: “Na minha casa, gostamos muito. No final do ano passado, chegamos a comprar por R$ 12 o pacote. Agora, está a R$ 24. O jeito foi cortá-lo da nossa lista por um tempo”. Segundo Nogueira, fazendo isso com outros produtos é possível economizar e manter o orçamento na linha.
Índice Ceasa
Também foi divulgado o Índice Ceasa do Distrito Federal, que demonstra o movimento dos preços praticados pelo mercado atacadista. Houve alta de 12,88% em janeiro, se comparado com o mês anterior. Dos 66 itens comercializados na Centrais de Abastecimento do DF (Ceasa-DF), o setor de frutas teve aumento de 7,46%; o de legumes, de 25,87%; o de verduras, de 7,09%; e o de ovos e grão, de 0,01%.
De acordo com o economista da Ceasa João Bosco Filho, a causa da variação são os fatores climáticos e o valor dos insumos, muitas vezes fixados em dólar. (Com informações da Agência Brasília)