Gambiarras nas redes elétrica e de água custam R$ 4,7 mi por mês ao DF
Além do prejuízo à população, ligações clandestinas favorecem acidentes. Neste ano, foram ao menos sete mortes em decorrência de choques
atualizado
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A grande quantidade de ligações clandestinas nas redes de água e luz custa ao brasiliense R$ 4,7 milhões por mês. Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a Companhia Energética de Brasília (CEB), a cada 30 dias as empresas são obrigadas a arcar com perdas de R$ 2,7 milhões e R$ 2 milhões, respectivamente. E parte desse prejuízo é repassada ao contribuinte.
Outro efeito colateral das gambiarras são as fatalidades registradas por todo o Distrito Federal. Em 2017, o número de acidentes envolvendo descargas elétricas subiu na comparação com o ano passado. Até a última segunda-feira (12/6), o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender 61 vítimas de choques apenas este ano. O número já supera o total registrado no primeiro semestre de 2016, quando houve 50 ocorrências.
Em 2017, ao menos sete pessoas morreram desde janeiro, segundo notificações dos Bombeiros. No entanto, nem a corporação nem a Secretaria de Saúde têm dados consolidados sobre o total de mortes. A fatalidade mais recente ocorreu no domingo (11), quando um homem de 33 anos recebeu uma descarga elétrica ao desligar a geladeira da tomada na casa onde morava, no Acampamento Betel, em frente às Ruas 24 e 25 do Lago Oeste, em Sobradinho.
Segundo a CEB, atualmente há 40 mil ligações clandestinas espalhadas por 57 áreas do Distrito Federal. Luiz Thiago Monterei dos Santos, engenheiro elétrico da empresa, diz que parte dos gastos da companhia com a energia furtada é repassada para o consumidor.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autoriza que até 11% das perdas sejam cobradas nas tarifas do cliente. Se passar disso, a CEB precisa arcar com o prejuízo
Luiz Thiago Monterei dos Santos, engenheiro elétrico da CEB
O engenheiro lembra que se alguém for flagrado com ligações clandestinas de energia, além de ter o “gato” desfeito, responderá na Justiça por furto ou até mesmo estelionato. “Além disso, a pessoa estará arriscando a própria vida e a de terceiros. É preciso conscientizar a população que uma tragédia pode ocorrer se alguém não capacitado estiver mexendo com energia elétrica”, completou.
Tem gato na água
Apesar de as ligações criminosas na rede de água e esgoto não colocarem em risco a vida da população, há uma imenso prejuízo aos cofres públicos. De acordo com Geraldo Donizete Cruz Silva, gerente de Fiscalização e Vistoria da Caesb, todos os meses, 680 milhões de litros de água são desviados e consumidos de forma clandestina em todo o DF. Quantidade suficiente para abastecer uma cidade como a Candangolândia durante 30 dias.