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Franquias “passo o ponto” e “aluga-se” são as que mais crescem no DF

Ao menos 7.642 estabelecimentos comerciais fecharam as portas na capital federal. Alta nos preços do mercado imobiliário aparece como principal motivo, além da falta de clientes

atualizado

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Ao caminhar pelas ruas do Distrito Federal, os brasilienses têm se deparado com um cenário que reflete a crise econômica pela qual passa o país: cada vez mais lojas fecham as portas. A situação, apelidada de “franquia do passo o ponto” pelos comerciantes, se acentuou com o fim da Copa do Mundo de 2014, segundo lojistas. “Muitos empresários investiram por acreditar na alta das vendas na época de Mundial, mas os negócios não decolaram”, diz Edson de Castro, presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF).

Dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio-DF) revelam que, em dezembro de 2014, o Distrito Federal estava com 7.642 estabelecimentos fechados — o que corresponde a cerca de 16% do total de lojas da capital. A crise é maior na Asa Norte, onde foram registrados 1.561 espaços inativos.

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Galvani Torres Cuoco tem visto vários comerciantes fecharem as portas na Asa Sul

Na Asa Sul, a situação também é ruim. Segundo dados do Sindivarejista-DF, somente na Entrequadra 105/106 Sul, são 12 estabelecimentos fechados. Galvani Torres Cuoco, 75 anos, proprietário de uma lanchonete na 105, exemplifica a situação: em um dos blocos, apenas três dos 11 imóveis estão ocupados.

“O aluguel aqui é altíssimo, e a carga tributária está ainda mais elevada. A média é de R$ 5 mil a R$ 6 mil por uma loja de 35 metros quadrados”, conta Cuoco. “Você gasta muito e não tem espaço para trabalhar.” O comerciante, que está no mesmo local há 21 anos, conta que o movimento caiu bruscamente após a Copa do Mundo: “Algo em torno de 30%”.

Preços salgados
A chaveira Marina Andrade, 46 anos, comanda um quiosque na mesma quadra há mais de duas décadas. Ela também acredita que os preços salgados estejam afugentando os comerciantes da região. “O aluguel aqui é alto demais, nem todo mundo consegue se sustentar. As vendas não são suficientes para manter o espaço e ainda lucrar.”

É a franquia do ‘passo o ponto’. Quadras tradicionais estão, hoje, com vários imóveis fechados

Adelmir Santana, presidente da Fecomércio

Levantamento do Metrópoles em quatro imobiliárias constatou que o valor do aluguel de espaços comerciais nas asas Sul e Norte variava entre R$ 2,5 mil e R$ 14 mil, dependendo do tamanho do ponto. Em todos os casos, os estabelecimentos estavam fechados há, pelo menos, quatro meses.

W3
Se, em tempos áureos, era possível encontrar de tudo ao longo da via W3, hoje o cenário é bem diferente. De acordo com o Sindivarejista-DF, mais de 320 estabelecimentos comerciais encontram-se de portas fechadas na região. O cenário é dominado por grandes faixas, com os dizeres “aluga-se” e “vende-se”.

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“Para se ter uma ideia, no início do ano passado, eram 112 lojas fechadas nas W3 Sul e Norte. Nos primeiros meses de 2015, o número subiu para 225. E hoje estamos com 278 estabelecimentos desocupados somente na Asa Sul”, contabiliza Edson de Castro, presidente do Sindivarejista. “Na Asa Norte, o problema tem se acentuado de um ano e meio para cá.”

Já Ademir Santana afirma que a situação nunca esteve tão crítica para o comércio do DF: “Já vivemos outros momentos difíceis, mas as crises nacional e local fazem deste o pior ano da história”.

Fora do Plano
Em outras regiões administrativas, a situação também não está das melhores. A esteticista Neuza Rosa se desfez do ponto comercial que mantinha no Santa Maria Shopping. Ela conta que não tinha condições de manter o negócio aberto após o afastamento do sócio. “Eram R$ 5 mil de aluguel e condomínio. Eu não tinha como continuar funcionando, então devolvi o espaço e fui trabalhar para outra pessoa”, relata.

Colaborou Gabriel Luiz

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