Eventos no Mané Garrincha não cobrem sequer 20% das despesas do estádio
Segundo o GDF, a manutenção da arena custa R$ 8,4 milhões ao ano, mas apenas R$ 1,5 milhão foi arrecadado com os jogos, shows e encontros promovidos em 2015
atualizado
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Os eventos realizados durante este ano no Mané Garrincha, pomposo estádio construído ao custo de R$ 1,6 bilhão para servir de palco para a Copa do Mundo de 2014, não são suficientes para cobrir sequer 20% das despesas de manutenção gastos pelo Governo do Distrito Federal com a arena.
Até novembro deste ano, as 13 partidas oficiais e os 52 eventos que foram realizados no estádio brasiliense serviram para que o GDF arrecadasse aproximadamente R$ 1,5 milhão, valor bem distante dos gastos, estimados em R$ 8,4 milhões por ano. Segundo o Palácio do Buriti, o custo de manutenção mensal de R$ 700 mil serve para cobrir despesas com energia, limpeza, reposição de peças e reparos na estrutura.
Desconto
Como se não fosse o suficiente a fatura ficar sempre no vermelho, o GDF ainda anda agraciando as empresas que realizam jogos de grandes clubes com generosos descontos nos custos de uso da arena — algo bem diferente dos recentes projetos de austeridade que caem no colo dos cidadãos e dos servidores.
Sob o argumento de incentivar os jogos no estádio e movimentar a economia local, o GDF concedeu um abatimento de mais de 50% no valor cobrado tradicionalmente por partidas realizadas na arena. Dos 15% arrecadados normalmente pelo governo local sobre a renda bruta de cada jogo, apenas 7% foram encaminhados para os cofres públicos pelas partidas entre ABC x Botafogo (20/11) e Flamengo x Ponte Preta (22). A concessão foi publicado no Diário Oficial do DF na segunda-feira (23).
Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo explicou que, como os jogos estavam sendo disputados por outras cidades, a concessão do desconto foi fundamental para que as partidas fossem realizadas no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.