Eletrodomésticos: vale a pena consertar ou é melhor trocar?
Especialista aconselha: é preciso analisar qualidade e pesquisar preços antes de tomar decisão. Mesmo cuidado vale para celular e computador
atualizado
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A máquina de lavar não funciona como deveria. A geladeira deu piripaque e, para completar, o ferro de passar não esquenta? Qual é a melhor opção: correr para a loja de eletrodomésticos e comprar um novo ou procurar quem os conserte? A dúvida é a mesma quando o computador ou o celular quebra.
Para o consultor financeiro Álvaro Modernell, não há uma resposta única e cada caso tem a sua particularidade. Contudo, o consumidor costuma cometer um erro comum: falta de atenção na hora de adquirir os produtos.
“Na hora de comprar, não se pode pensar apenas no preço. Tem que analisar qualidade, relação custo-beneficio. É bom refletir que não há necessidade de comprar o aparelho mais caro, mas, às vezes, o mais barato também não vale a pena”, orienta o profissional.
Além disso, o especialista alerta que a segurança da famosa garantia estendida, na maioria dos casos, não compensa. “As lojas empurram isso e o consumidor desatento não percebe que, se o produto é verdadeiramente bom, porque ele precisaria de garantia extra?”.
Se você não levou nada disso em consideração na hora de equipar sua casa, calma. Existe uma solução. A primeira delas é observar se o problema é simples de reparar ou se o equipamento em estado geral apresenta muitas falhas técnicas.
Depois disso, Álvaro aconselha pesquisar o orçamento em pelo menos duas lojas diferentes para se ter um referencial do que será gasto. “Apesar do contratempo, vale lembrar que, geralmente, se o produto está indo para o conserto é porque tem uma qualidade razoável. Até porque aparelhos de baixa qualidade não podem ser consertados”.
Segundo Antônio Alencar, proprietário da Rei dos Consertos Assistência Técnica, a maioria dos consertos que faz saem por menos da metade do valor de um aparelho novo. Em geral, o serviço que custa entre 30% e 40% do valor do produto novo é considerado razoável.
No entanto, se as visitas de um cliente com o mesmo aparelho se tornam frequentes, dependendo do preço, ele sempre aconselha a opção do descarte. “Já recebi pessoas que vieram quatro vezes com o mesmo ventilador. Nesse caso, só o dinheiro dessas quatro visitas é o preço de um novo”.
Em contrapartida, Antônio também revela que muitos clientes não se importam em pagar altas quantias com o conserto do mesmo aparelho, porque alguns têm um apego emocional a determinados produtos.
Objetos muito velhos, no entanto, não são os que mais aparecem nas loja de Julio de Oliveira, a Sermag Consertos. O proprietário diz que os equipamentos que mais recebe são fruto de mau uso do consumidor.
“O mais importante conselho que posso dar é sair da simplicidade do ‘comprar’ e do ‘consertar’. Para que um aparelho dure, é preciso conservá-lo. Mantê-lo limpo, bem cuidado e verificar até mesmo a rede elétrica da casa é uma medida prática que faz com que um aparelho dure longos anos”, explica Álvaro.