Distrito Federal entra oficialmente em recessão
Por três trimestres consecutivos, a atividade econômica registrou queda. Os setores de indústria, agropecuária e serviços apresentaram desempenho negativo
atualizado
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A atividade econômica no Distrito Federal caiu 0,6% no terceiro trimestre deste ano, quando comparado ao mesmo trimestre de 2014. Foi a terceira redução no ano registrada pelo Índice de Desempenho Econômico do DF (Idecon/DF), elaborado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). De janeiro a março, a queda foi de 1,7% e de abril a junho, 0,6%. O desempenho negativo por três vezes consecutivas coloca o Distrito Federal oficialmente em recessão.
Apenas nos meses de julho a setembro, os setores de indústria, agropecuária e serviços apresentaram atividades negativas ante o mesmo período do ano passado: o primeiro apresentou uma queda de 3,6%; o segundo caiu 3,5%; e o terceiro 0,4%. Já o comércio registrou a maior retração: 6,6%
O presidente da Codeplan, Lucio Rennó, destaca que, embora o cenário não seja muito animador, ainda se tem alguma boa notícia, como o crescimento do setor de serviço de informação, que foi de 2,3%, apesar de ter sido menor do que o registrado em igual trimestre de 2014, que aumentou 5,4%.
Rennó destacou, ainda, a questão do desemprego que, de acordo com ele, está claramente associada à redução dos postos de trabalho. O estudo apontou a eliminação de 3.618 postos de trabalho, superior ao número de contratações: 2.167 vagas.
A Coordenadora das Contas Regionais da Codeplan, Sandra Regina de Andrade, explicou que a queda expressiva do setor de indústria se deve principalmente pela redução da atividade da construção civil, que chegou a 4% no trimestre analisado.
Quando a maioria das construções do DF paralisou, a economia sentiu muito mas, apesar disso, a queda se estabilizou.
Sandra Regina de Andrade, da Codeplan
O estudo também mostrou que, apesar de negativo, o índice do DF foi superior ao do Brasil, que teve queda de 4,5%. O diretor de Estudos e Políticas Sociais e de Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Flávio Gonçalves, afirmou que isso se deve à estabilidade da administração pública, pois o “grande empregador do DF não demite muito”.
Flávio Gonçalves chamou atenção para a queda do comércio na capital federal, que chegou a 6,6%. “As pessoas perderam poder aquisitivo, e quando isso acontece, você não faz compras, empréstimos, nem atividades financeiras. Para o Brasil em 2016, o mercado estima uma queda de 3,2%. Além disso, a expectativa da inflação também está muito alta. Definitivamente, não deve ser muito rápida a recuperação da nossa economia”, finalizou ele. (Com informações da Codeplan)