DF tem o mesmo número de empreendedores e servidores públicos
Relatório da Codeplan mostra que empresários criaram seis mil postos de emprego, enquanto o setor público eliminou sete mil
atualizado
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A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou, nesta terça-feira (29/10/2019), Boletim Especial de Empreendedorismo no DF no qual aponta que, no primeiro semestre deste ano, os empresários representavam 21,7% do total de ocupados na capital. Em números, isso significa 297 mil pessoas.
Segundo o documento, a quantidade é a mesmo registrada para os trabalhadores do setor público, de 21,4%. O contingente de empreendedores é superado apenas pelos assalariados do setor privado, que somam 42,2% do total de empregados no DF.
Nos últimos 12 meses, o setor gerou seis mil novos empregos, enquanto o emprego público eliminou sete mil postos de trabalho. O índice de autônomos aumentou de 63,2% para 67,1%, na comparação entre o primeiro semestre de 2018 e o mesmo período deste ano. Já os números de donos de negócios familiares, empregadores e profissionais liberais registram quedas no DF.
O empreendedorismo no DF se concentra em regiões de média-baixa renda, com 42% do total. O grupo inclui regiões administrativas como Brazlândia, Ceilândia e Planaltina, por exemplo. Em seguida, com 31,4%, estão as regiões de média-alta renda — Águas Claras, Candangolândia e Cruzeiro.
Apenas nas regiões de média-baixa renda houve aumento no número de empreendedores do segundo semestre do ano passado para o primeiro deste ano. O índice subiu de 40,7% para 42%.
Serviços
O segmento de serviços apresentou o maior crescimento entre os setores pesquisados pela Codeplan. Passou de 52,4% para 53,2%. Já o comércio retraiu de 26,8% para 24,8%, na comparação entre os primeiros semestres de 2018 e 2019.
De acordo com a pesquisa, os empreendedores do DF são, na maioria, homens (62,7%), negros (65,7%) e entre 25 e 39 anos (35%). Também são responsáveis pelo sustento das famílias. O primeiro semestre deste ano registrou um aumento no número de empresários mais velhos: passou de 46,3% para 48,1% – aqueles na faixa etária entre 40 e 59 anos.
Quanto à escolaridade, 39,3% têm concluíram o ensino médio completo. Já aqueles com ensino superior completo representam 25,9% do total.
Ganhos
Os empreendedores ganhavam, em média, no primeiro semestre de 2019, R$ 3,1 mil. O valor é menor do que o registrado nos primeiros seis meses do ano passado, quando o rendimento médio era de R$ 3,3 mil. Esses trabalhadores ganham mais do que os empregados no setor privado, que tem uma média de ganhos de R$ 2 mil. No entanto, é menos da metade da renda média do servidor público, de R$ 8,3 mil.
“O empreendedorismo atenuou o impacto do desemprego nas regiões de média-baixa e baixa renda”, aponta o gerente de pesquisas socioeconômicas da Codeplan, Jusçânio Umbelino de Souza.
“A medida em que aumenta o desemprego e diminuem as vagas formais, naturalmente, as pessoas procuram outras formas de produzir renda, tentando empreender”, confirma o secretário do Trabalho, João Pedro Ferraz.
O presidente da Codeplan, Jean Lima, afirma que o crescimento de trabalhadores autônomos — ou seja, sem vínculo empregatício — é justificado pela mudança do mercado de trabalho. Agora, é mais informal e atente mais por demanda.