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Desemprego em alta. No DF, 552 trabalhadores são demitidos por dia

Administração pública e serviços são os setores que registraram maior queda na oferta de emprego na capital do país. Apenas no mês de fevereiro, 16 mil vagas foram fechadas

atualizado

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Valdecir Galor/SMCS
Carteiras de trabalho sobre a mesa
1 de 1 Carteiras de trabalho sobre a mesa - Foto: Valdecir Galor/SMCS

A taxa de desemprego registrou nova alta no Distrito Federal, chegando a 17,2%. Com isso, o contingente de desempregados na capital da República atingiu 265 mil pessoas. Em apenas um mês, entre janeiro e fevereiro deste ano, foram fechados 16 mil postos de trabalho. Isso quer dizer que a cada dia, 552 trabalhadores foram demitidos. No acumulado em 12 meses, os números dão a real dimensão da recessão na economia brasiliense: 41 mil vagas foram eliminadas.

Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) foram divulgados pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) nesta quarta-feira (30/3). Do total de vagas fechadas nos últimos 12 meses, 25 mil foram com carteira assinada. O desempenho só não foi pior porque os setores da construção civil e da indústria de transformação voltaram a contratar, depois de meses consecutivos de queda. Em fevereiro, os dois segmentos contrataram oito mil pessoas.

O setor de serviços, que lidera a geração de empregos no DF, é um dos mais afetados pelas crises política e econômica. Foram 28 mil vagas eliminadas em 12 meses. O mesmo ocorreu com a administração pública (contratação de servidores, comissionados e terceirizados), que apenas em fevereiro demitiu dois mil trabalhadores e, no acumulado de 12 meses, oito mil.

De acordo com o professor de finanças da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli, os resultados não são surpreendentes. “Sabemos que, historicamente, o DF tem uma das taxas mais elevadas de desemprego do país. Ela está mais acentuada por conta das condições do serviço público e a importância relativa que ele tem na economia local”, explica o especialista.

O Governo do DF (GDF) tem realizado poucos concursos e chamado poucos servidores. As nomeações estão praticamente paralisadas e temos um período muito extenso de congelamento salarial, o que acaba influenciando na renda da população e, consequentemente, na oferta de serviços do setor privado como um todo.

Roberto Piscitelli, professor de finanças da UnB

O especialista chama a atenção para o fato de a população com renda intermediária ter sofrido mais com o desemprego do que as pessoas que ganham menos. E ressaltou, ainda, que a tendência de aumento no índice para o período é normal, uma vez que é quando costumam ser dispensados os temporários contratados para o fim de ano. “Tudo isso passa, necessariamente, pela questão política do Brasil. Sem normalizar a situação, não sairemos dessa crise”, avalia Piscitelli.

Na avaliação da coordenadora da pesquisa, Adalgiza Lara Amaral, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os números altos de desemprego ainda são reflexo das demissões neste início de ano.

“Até março é possível sentir um peso forte das contratações sazonais. Diversas demissões ocorrem até o fim deste mês”, destaca. “Há expectativa, porém, de melhoria nos índices de desemprego para o segundo semestre de 2016.”

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