Crise afeta comércio no DF pelo sétimo mês seguido
Entre os setores mais prejudicados, estão as agências de viagem, livraria, papelaria, autoescolas e farmácias, que registraram menos vendas em outubro em comparação a setembro
atualizado
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Aumento na conta de luz, no preço dos combustíveis, mais desemprego e menos dinheiro no bolso. O cotidiano de milhares de brasilienses afetados pela inflação se reflete no comércio local. Pelo sétimo mês consecutivo, o DF registrou queda nas vendas: -0,23% em outubro na comparação com setembro. O setor de serviços também apresentou retração, de -0,11%.
No acumulado dos últimos 12 meses, comércio e serviços apresentam, juntos, saldo negativo de -18,15%, índice que apresenta piora nos últimos três meses. É o que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio com apoio do Sebrae.De acordo com o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, a redução dos salários, o endividamento das famílias, a dificuldade de recolocação no mercado e até mesmo a deterioração da confiança do consumidor no cenário socioeconômico têm impactado diretamente o setor terciário, gerando retração nas vendas.
“Com esse quadro, infelizmente não se observa mudança de tendência para o fechamento do ano”, aponta Adelmir. “Aliado a esses problemas, também podemos observar como principais fatores da sétima queda seguida nas vendas os aumentos da taxa básica de juros e a elevação dos impostos. Tudo isso afugenta cada vez mais os consumidores”, conclui Adelmir.
Apesar da queda, alguns setores apresentaram melhora nas vendas de outubro em comparação com o mês anterior: tecidos (13,49%), floricultura (8,86%), autopeças e acessórios (7,01%), lojas de utilidades domésticas (6,23%), vestuário (3,39%), móveis e decoração (2,67%), mercado e mercearia (0,64%) e informática (0,11%).
No setor de serviços, houve crescimento nas vendas, em outubro, nos segmentos de casa de eventos (12,29%), aluguel de artigos para festas (9,41%), academia (3,83%), pet shop (2,76%) e clínica de estética (1,85%) e salões de beleza (0,92%).
Confira os segmentos, entre comércio e serviços, que apresentaram queda em outubro
Agências de viagem -17,99%
Livraria e papelaria -6,05%
Autoescola -5,86%
Farmácia e perfumaria -3,57%
Ensino de idiomas -3,12%
Bares, restaurantes e lanchonetes -2,59%
Óticas -1,86%
Calçados -1,83%
Material de construção -1,86%
Reparação de Eletroeletrônicos -0,60%