DF tem a maior média do 13º salário. Veja o que fazer com a grana
Quitar dívidas e investimento estão entre as recomendações. Especialistas lembram ainda sobre despesas de início do ano
atualizado
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O pagamento do 13º salário deve injetar na economia brasileira mais de R$ 214 bilhões, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A primeira parcela do benefício é paga até o próximo dia 30. Já a segunda, deve cair na conta do trabalhador até 20 de dezembro.
O valor pago a trabalhadores do mercado formal representa a remuneração integral dividida pelos meses trabalhados. Ou seja, se o empregado prestou serviço apenas por seis meses, o valor recebido de 13º será o salário integral dividido por seis. Parcelas de natureza salarial como horas extras, adicionais e comissões também entram no cálculo.
O Distrito Federal tem o maior valor médio para o 13º, de R$ 4.558, segundo o Dieese. Para todo o país, a média é quase a metade: R$ 2.451. No Brasil, cerca de 81 milhões de brasileiros serão beneficiados com o rendimento adicional.
Dívidas
O dinheiro a mais nos últimos meses do ano, época de Natal e férias para muitos brasileiros, leva os consumidores a investirem no lazer. No entanto, o pagamento de dívidas é a primeira recomendação do professor de Finanças do Ibmec Brasília William Baghdassarian.
“O natural é usar [o 13º] para fazer uma viagem, comprar um presente. Mas, para quem está endividado, não faz muito sentido usar esse dinheiro com um bem de consumo”, afirma o docente.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Federação do Comércio do DF (Fecomércio) em setembro, aponta que a capital tem 793.202 famílias endividadas. O número representa 80,3% dos lares brasilienses.
Baghdassarian recomenda o uso do 13º principalmente por quem tem dívidas de cartão de crédito ou de cheque especial. O economista afirma que nenhuma aplicação rende tanto quanto a taxa de juros dessas despesas. Para o cartão de crédito, por exemplo, os juros giram em torno de 10% ao mês.
A dica é economizar
O coordenador do MBA de Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas, Ricardo Teixeira, lembra que o início de ano traz despesas mais pesadas, como os impostos sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Predial e Territorial Urbano (IPTU). Além disso, para quem tem criança, a época traz gastos com matrícula e a compra de material escolar. Por isso, é importante economizar o salário extra.
O trabalhador que, mesmo depois de se planejar para os próximos gastos, ainda tiver um dinheiro na conta, pode usar o valor em investimentos. Teixeira recomenda o Tesouro Direto e em Renda Fixa para quantias menores. “Mesmo rendendo menos”, aponta.
Apesar de gerar menos ganhos, a caderneta de poupança também é uma possibilidade se for necessário retirar o dinheiro em menos tempo. Para quem tem um valor maior em mãos, há outras opções. “O trabalhador pode pegar uma parte do 13º e investir em algum fundo de ações ou multimercado”, recomenda Baghdassarian.
Conheça algumas regras sobre o pagamento do 13º salário:
- A partir de 15 dias de serviço, o empregado passa a ter direito de receber o 13°;
- Aposentados e pensionistas do INSS também recebem a gratificação;
- O trabalhador dispensado por justa causa não tem direito ao 13º salário;
- A partir de 15 dias de serviço, o empregado passa a ter o direito;
- O empregado que tiver mais de 15 faltas não justificadas no mês poderá ter descontado de seu 13º salário a fração desses dias;
- O 13º salário pode ser pago com o término do contrato, pedido de demissão ou dispensa, mesmo antes do mês de dezembro.