Carnes, lazer e planos de saúde puxam alta da inflação no DF
Mesmo se colocando na penúltima posição do ranking nacional, capital federal sofreu com o aumento de vários produtos
atualizado
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Alimentação, entretenimento e planos de saúde foram os gastos que mais fizeram o bolso do brasiliense pesar em 2019, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nessa sexta-feira (10/01/2020).
Apesar de ter se posicionado na antepenúltima posição no ranking nacional – à frente de Recife e Vitória –, com 3,76% de aumento geral nas despesas avaliadas, não é fácil convencer o morador do Distrito Federal de que a inflação foi branda.
Só a carne, principal vilã do ano passado, teve o preço aumentado em 36,73% entre janeiro e dezembro. Costela (42,46%), alcatra (40,19%) e patinho (37,39%) foram os cortes que mais apresentaram alta no valor, especialmente no final do ano.
O principal motivo para uma elevação tão acentuada dos preços foi o aumento da demanda da China pelo alimento, consequência da peste suína africana que atingiu o país. Como o dólar estava alto, era mais lucrativo para o produtor brasileiro vender a carne ao mercado externo.
Sem a carne bovina, o brasiliense buscou outros cortes animais como substitutos. Com o aumento da demanda, no entanto, os preços do frango inteiro (23,67%) e porco (18,39%) também subiram.
Os acompanhamentos no prato do morador da capital também não aliviaram o preço. O feijão carioca, por exemplo, teve majoração de 73,36%. Já o ovo de galinha subiu 20,74%, o que tornou o tradicional prato feito do brasileiro, o chamado “PF”, mais caro. O arroz teve incremento de 5,05%. Já a batata, única que diminuiu o valor no cardápio, teve redução de -2,46% nos preços.
Outros produtos
As idas e vindas do preço da gasolina no DF também tiveram parte no aumento da inflação em 2019. As justificativas ao longo do ano variaram bastante entre encarecimento do dólar, do barril de petróleo e também correções em cálculos de impostos.
No último aumento do ano noticiado pelo Metrópoles, em 18 de dezembro, o litro era achado em postos por R$ 4,69. A resposta do Sindicato de Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF) para a disparada eram os dois aumentos da Petrobras no preço do combustível nas refinarias. Ao final do ano, a alta acumulada chegou a 6,65%, de acordo com o IBGE.
Os planos de saúde também ficaram mais caros. A escalada de preços dos planos tradicionais em 8,34% abriu caminho para duas modalidades do negócio.
Conforme a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) informou ao site em agosto, os tipos de contrato com valor médio mais acessível cresceu 48,1% entre dezembro de 2014 e março de 2019. Nesse mesmo período, a quantidade de clientes dos planos tradicionais, de cobertura nacional, caiu 7% – o que significou uma redução de 50 mil usuários, ficando em 695 mil.
O item classificado como recreação apresentou escalada similar. A principal culpada está nas apostas em loteria, que aumentou mais de 40% no final de outubro. A Mega-Sena, por exemplo, subiu de R$ 3,50 para R$ 4,50. Dentro dessa categoria, ainda se destacam o tratamento de animais, que aumentou 7,65%; e cinema, com alta de 7,16%.
Pagar taxa de água e esgoto foi outro problema que o brasiliense precisou se virar para conseguir cumprir. De acordo com o IPCA, o gasto ficou 6,55% mais caro.
Tomate lidera barateamento
Por outro lado, as raízes e legumes apresentaram grande baixa nos preços. O tomate, apesar de ser uma fruta, aparece na lista do IBGE como legume e barateou mais de um terço do valor registrado em 2018. A cenoura, com 13,58% de recuo, também ajudou o bolso do morador do DF.
Entre os aparelhos eletrônicos de casa, a televisão foi o que ficou mais acessível, com uma diminuição de 16,21%, seguido do aparelho de som, que ficou 2,5% mais barato.