metropoles.com

BC diz que incertezas sobre crescimento da economia são “acima do usual”

Ata do Copom aponta demora na vacinação e fim do auxílio emergencial como motivos para manter taxa de juros e acabar com o Forward Guidance

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Prédio do Banco Central no Setor de Autarquias Sul – Brasília – DF 04/11/2015
1 de 1 Prédio do Banco Central no Setor de Autarquias Sul – Brasília – DF 04/11/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O atraso da vacinação para combater a Covid-19 e o fim do auxílio emergencial colocaram o país em uma possível “reversão temporária da atividade econômica”, segundo a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (26/1), que justifica a decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 2% ao ano.

No diagnóstico da autarquia, os dados econômicos do fim de 2020 “têm surpreendido positivamente”, porém “não capturam os efeitos do recente aumento no número de casos de Covid-19”. “A incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual”, registrou o órgão.

A doença provocou o pior resultado na última década para arrecadação de impostos pelo governo federal. Segundo dados da Receita, divulgados nesta segunda-feira (25/1), a arrecadação foi de R$ 1,479 trilhão. O valor representa uma queda de 6,91% em comparação com o que foi registrado em 2019.

A queda na arrecadação só não foi maior graças ao auxílio emergencial, que injetou dinheiro na economia ao socorrer pessoas financeiramente afetadas pela pandemia.

“Os programas governamentais de recomposição de renda reduziram a ociosidade no setor de bens. As atividades de serviços, entretanto, sobretudo as mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, enfrentam maior redução da demanda. Prospectivamente, a evolução desses hiatos setoriais dependerá da evolução da pandemia e do ajuste nos gastos públicos”, dia a ata do Copom. Isso significa que o Produto Interno Bruto (PIB) pode iniciar em queda no ano de 2021.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem sinalizado que o governo pode retomar o pagamento do auxílio caso a pandemia não seja controlada, mas vinculou isso a medidas para conter gastos, como congelar por dois anos os salários de servidores públicos.

O fim do Forward Guidance

Outra aposta de economistas e do mercado financeiro também se confirmou na reunião do Copom. O BC derrubou o forward guidance (prescrição futura), que, na prática, servia como uma comunicação para orientar os investidores e o público (no caso, de que os juros seguiriam muito baixos por mais tempo), com o objetivo de produzir efeitos econômicos sem precisar mexer efetivamente na taxa de juros.

Conforme a ata do Copom, essas condições deixaram de ser satisfatórias, já que as expectativas de inflação, “assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estão suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária”.

Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Necton, o órgão não explicou todos os riscos de abandonar o forward guidance. “O Copom explica os motivos para o fim do forward guidance, mas os riscos fiscais são muito maiores que o Copom descreve lá. Esse é o grande motivo para se subir os juros no Brasil, e o BC vem avisando isso há muito tempo. Neste sentido, o colegiado fala muito, mas não diz tudo”, afirmou ao Metrópoles.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?