Aumentos generalizados fazem inflação do DF ser a mais alta do país pelo segundo mês consecutivo
Além do reajuste das tarifas de ônibus autorizado pelo GDF, combustível e alimentos também pesaram no bolso do brasiliense
atualizado
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A inflação brasiliense foi, pelo segundo mês consecutivo, a mais alta registrada nas 13 cidades pesquisadas pelo IBGE. Em outubro, a alta do IPCA (índice oficial) foi de 1,24%, muito próximo do registrado em setembro: 1,28%. Ao contrário dos meses anteriores, quando a pressão estava concentrada em determinados itens, houve um aumento generalizado nos preços dos produtos e serviços.
O percentual está bem acima da média nacional, que ficou em 0,82%. No ano, a inflação acumula aumento de 7,65% no Distrito Federal e, nos 12 meses, 9,21%. Entre as maiores altas entre setembro e outubro estão as passagens de ônibus urbano (23,08%), reflexo do reajuste de 33,34% autorizado pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) a partir de 20 de setembro.
Os combustíveis também contribuíram com a inflação (aumento 3,63%). Embora a Petrobras tenha autorizado apenas o reajuste da gasolina e do diesel, foi o etanol que mais subiu no período: 7,08%. Sobrou até para a laranja-pêra, que subiu 10,12%.
No bolso
E não é preciso andar muito para descobrir que os moradores do DF sentem no bolso a pressão dos reajustes. “Não tem nada que escapa. Não tem como substituir. Tudo subiu. O jeito é deixar de comprar”, reclama a esteticista Maria Goreth Lima, 31 anos, moradora do Cruzeiro. “Se o salário aumentasse na mesma proporção…”, lamenta.
O advogado João Bosco Santos, 47 anos, diz que foi obrigado a mudar os hábitos para fazer o salário durar o mês inteiro. “A gente teve que cortar a cerveja e o restaurante”, conta.
Dicas
O economista Antenor Alves explica que João Bosco está fazendo o correto. Segundo ele, neste momento as famílias devem rever os gastos em conjunto, inclusive conversando com os adolescentes e as crianças. “O esforço tem que ser de todos. Não adianta os pais reduzirem os gastos e as crianças gastarem toda a mesada no shopping”, orienta.
Ele recomenda, ainda, que o brasiliense pense várias vezes antes de assumir dívidas de longo prazo, como uma prestação da casa própria ou de um carro novo: “Estamos no fim do ano, onde já existe uma pressão por gastos, em função do Natal. Depois, o ano novo começa com impostos e despesas escolares… É preciso ter muito cuidado e tentar reservar nem que seja um pouco do 13º salário para enfrentar essas despesas”.
Inflação nacional
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro foi anunciado nesta sexta-feira (6/11) pelo IBGE e apresentou variação de 0,82%, ficando 0,28 ponto percentual acima da taxa de 0,54% registrada no mês de setembro. Este é o mais elevado resultado para os meses de outubro desde 2002, quando atingiu 1,31%.
Com isto, o acumulado no ano de 2015 ficou em 8,52%, acima do 5,05% de igual período de 2014 e o mais elevado para o período de janeiro a outubro desde 1996 (8,70%). Nos últimos 12 meses, o índice foi para 9,93%, resultado superior aos 9,49% dos 12 meses imediatamente anteriores e o mais elevado para os 12 meses desde novembro de 2003 (11,02%). Em outubro de 2014, o IPCA havia registrado 0,42%.