Apertem os cintos, o emprego sumiu. Em apenas um mês, 20 mil postos de trabalho foram fechados no DF
Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego, divulgada nesta quarta-feira (25/11), o setor de serviços demitiu 13 mil trabalhadores em outubro
atualizado
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Em apenas um mês, em outubro, 20 mil postos de trabalho foram fechados no Distrito Federal. O setor de serviços foi o segmento que mais demitiu (13 mil trabalhadores), seguido da indústria (seis mil demissões). A capital federal registra um contingente de 230 mil desempregados. É o terceiro mês consecutivo que a taxa de desemprego aumenta, chegando a 15,1%. O índice é o maior desde 2009.
Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) referentes ao mês de outubro foram divulgados pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) nesta quarta-feira (25/11) e mostram um cenário de retração da oferta de vagas numa época em que, tradicionalmente, há aumento nas contratações, em função da chegada das festas de fim de ano.
Segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Tiago Oliveira, a perspectiva para os próximos meses é de continuidade do desaquecimento: “Pelo que observamos, a tendência é que as taxas de desemprego continuem subindo, consequência das crises econômica e política que o país atravessa”.
Há também um interesse por parte do governo da retração do mercado de trabalho como forma de controle da inflação. O cenário só deverá melhorar em 2017.
Tiago Oliveira, Dieese
Para o presidente da Codeplan, Lucio Rennó, a situação é preocupante: “Normalmente percebemos uma queda no desemprego durante os últimos meses do ano devido aos postos temporários. Entretanto, neste ano, o desemprego segue crescente, mostrando o agravamento da crise”.
Lojas fechando
A crise econômica é o principal motivo do desemprego no DF. O presidente da Associação Comercial do DF, Cleber Pires, alerta para a queda do desempenho do setor. “Nós temos um número assustador de empresas no Distrito Federal que estão encerrando suas atividades. Cerca de 25% das empresas do Plano Piloto estão desativadas. De um total de 10.670 estabelecimentos, 2.489 fechados”, relata.
Outros setores reclamam da ausência de uma política de incentivos por parte do Governo do DF que possa reverter esse quadro. Dados do Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) mostram que entre 2008 e 2015, cerca de 500 empresas saíram do DF por causa do fim dos incentivos fiscais destinados ao setor.
De acordo com a entidade, o impacto foi sentido imediatamente com o fechamento de aproximadamente 100 mil postos de trabalho, além da redução de pelo menos R$ 500 milhões na arrecadação do ICMS.