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Pais podem economizar 8% ao antecipar compras de material escolar

Segundo sindicato, estoques devem manter preços. Mas se comércio tiver que renovar depósito, e com o dólar mais caro, preços podem subir

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1 de 1 Material-escolar-1 - Foto: Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

O ano começa com o pagamento de despesas que pesam no bolso do brasileiro, como os impostos sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Predial e Territorial Urbano (IPTU). Para quem tem filho, o gasto é ainda maior. Livros didáticos, cadernos, canetas são apenas alguns dos itens que aparecem, todo início de ano, na lista de compras de pais com filhos em idade escolar. O aumento para as compras entre 2019 e 2020 pode chegar a 8%.

O reajuste acontece tradicionalmente no meio do ano, com a compra do estoque de materiais pelas papelarias. Este ano, o reajuste variou entre 3,5% e 5%.

Com a alta do dólar, os itens adquiridos pelos estabelecimentos podem sofrer com aumentos de até 8%, de acordo com José Aparecido Costa Freire, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do Distrito Federal (Sindipel-DF).

Esse índice, porém, não necessariamente chegará ao consumidor. Segundo Freire, somente as empresas que precisarem renovar estoque no fim de ano é que repassarão os 8%. Por isso, para arcar com todos os custos, é preciso pesquisar e se planejar. A antecedência reduz essa conta.

Maria Clara Vilas Boas, professora, 40 anos, tem duas filhas. Ela calcula que, só com livros didáticos e de literatura, gasta em média R$ 3 mil. Com os outros materiais — cadernos, lápis, canetas —, o valor chega a R$ 4 mil. Para não ficar na mão com os livros em falta nas editoras, ela compra tudo logo após o Natal.

Economia e praticidade

A professora tenta aliar a economia à praticidade. “Faço orçamento em três papelarias. No Plano Piloto, eu não vejo diferença [nos valores]”, afirma. Ela conta que alguns pais chegam a ir a outras regiões administrativas, com custos mais em conta. “Nunca fiz por comodidade. Opto pelo preço melhor e pela papelaria mais próxima para buscar”, completa.

Segundo ela, a despesa pesa no orçamento e, por isso, adota algumas práticas para tentar economizar. “As papelarias costumam dar desconto para quem paga à vista. Então, aproveito o 13º [salário] para fazer o pagamento. Qualquer desconto que a gente conseguir está valendo”, afirma.

Maria Clara busca ainda por lojas que abatem parte dos gastos com livros didáticos em outros materiais, como os de papelaria. Com filhas de idades diferentes — uma de 11 anos, que vai para o 6º ano do ensino fundamental; e outra de 14, que começa o ensino médio em 2020 —, a família aproveita os livros da mais velha, quando a escola não altera o material.

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Maria Clara Vilas Boas aproveita os livros da filha mais velha para a mais nova
Como economizar

Ana Lucia Rocha Soares, da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), recomenda que os pais façam uma poupança ao longo do ano para o gasto. Se não for possível, rendas extras desse período, como o 13º salário, podem ser usadas.

A especialista afirma que, assim que as escolas divulgam a lista do material, os pais devem fazer a compra. “Não pode atrasar muito ou deixar para janeiro, quando os preços acabam subindo muito por causa da procura.”

Para economizar, vale ainda procurar livros didáticos usados. Conversar com outros pais na própria instituição de ensino ou buscar em grupos em redes sociais são algumas das táticas.

Existem ainda sites especializados na venda de livros usados, como a Estante Virtual. A plataforma reúne mais de 19 mil títulos e 2,6 mil livreiros em todo o país. O site afirma que é possível encontrar livros com preços até 50% mais baixos.

Nos sebos, Maria Clara conseguiu cortar pela metade o custo com livros didáticos. “Comprei por R$ 120 um livro de biologia que custava mais de R$ 300.” Mas, para ela, encontrar os livros nas lojas de usados requer “sorte”.

Outra recomendação é conversar com os filhos sobre o que é possível ou não adquirir, de acordo com o orçamento de cada família. “Visando uma educação financeira, é bom levar a criança e mostrar como funciona. É importante esse diálogo antes da compra para mostrar a realidade de casa”, afirma Soares.

Preços

As recentes altas do dólar devem influenciar diretamente no preço do material escolar. Isso porque muitos itens, como mochilas e cadernos, são importados. A sazonalidade também influencia.

Para que o cenário não afete o orçamento, Soares recomenda que o consumidor opte por produtos nacionais. “É possível trocar a marca mais famosa por uma menos conhecida e com padrão semelhante. Temos produtos nacionais de excelente qualidade.”

Os artigos de papelaria registraram um aumento de 2,45% nos preços, enquanto o caderno apresentou deflação de 2,82%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para novembro, divulgado nessa sexta-feira (06/12/2019) pelo IBGE.

Em outubro deste ano, o preço do caderno subiu 3,54%, assim como o de livros, em 1,37%. Os artigos de papelaria registraram queda de 3,16%, de acordo com os índices do IBGE.

Em relação ao ano passado, os preços dos materiais escolares registraram aumento de, em média, 1,02%, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). Entre janeiro e dezembro de 2018, também assinalaram alta o transporte escolar, de 5,19%; os livros não didáticos (0,46%); e livros didáticos (0,50%).

Praticidade

Na hora de comprar o material escolar, há quem prefira optar pelos serviços que trazem praticidade, como a plataforma Scolados. No primeiro semestre de 2020, o serviço chega ao mercado do Distrito Federal com listas prontas de material em 20 escolas.

Para os pais que quiserem, existe ainda a possibilidade de receber os materiais encapados, por uma taxa única de R$ 50. Para entrega das compras em domicílio, é cobrada uma tarifa de R$ 20.

O objetivo é facilitar a vida dos pais, afirma Moriael Paiva, um dos fundadores da plataforma. De acordo com ele, a plataforma reúne mais de 15 mil itens escolares. “O projeto é atender todas as escolas”, conta sobre a expansão do site, que visa atender todo o país nos próximos anos.

Parte do valor arrecadado pela plataforma será destinado a bolsas de estudos ou projetos de alunos em situação de vulnerabilidade. A lista das doações será disponibilizada pelo Scolados em janeiro de 2020.

Confira dicas para economizar com material escolar:
  • Fazer pesquisa de preço em diferentes estabelecimentos e na internet;
  • Manter uma poupança ao longo do ano ou separar rendas extras de fim de ano — 13º salário, bônus, etc;
  • Reunir um grupo de pais para economizar em compra coletiva;
  • Reaproveitar material de anos anteriores, trocando com outros pais ou comprando usado;
  • Comprar o material antes de dezembro e janeiro para evitar os aumentos sazonais dos itens;
  • Optar por produtos nacionais devido ao aumento do dólar.

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