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Ano-Novo: confira 10 dicas para um 2020 com as finanças no azul

O Metrópoles conversou com especialistas e separou indicações para o brasiliense passar o próximo ano longe de endividamento

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Comprar presentes, gastar com viagens e bancar atividades de lazer nas férias podem gerar despesas além do planejado no mês de dezembro. Começar o ano com controle sobre os gastos, portanto, acaba sendo uma dificuldade para muitos, segundo apontam especialistas.

Identificar custos, controlá-los e planejar o futuro são, então, algumas das indicações de profissionais da área financeira para equilibrar as finanças no ano que se inicia.

Morador do Distrito Federal, o advogado Thomas Sartori organiza seus gastos em uma planilha e acompanha seus investimentos com um analista profissional há dois anos.

Em 2019, porém, teve despesas acima do esperado e acabou gastando mais do que recebia em alguns meses. Para o próximo ano, a ideia dele é investir na Bolsa de Valores como forma de obter uma renda extra para manter a vida financeira organizada.

“Eu me casei agora em novembro. Então, passei o ano tendo gastos muito acima do normal. Por mais que a gente tivesse planejado o casamento, queríamos gastar ‘x’ e acabamos gastando ‘3x'”, relata o advogado.

Com a necessidade de mobiliar o apartamento novo e pagar todas as despesas com a celebração, em alguns meses deste ano, o salário que Thomas recebia não foi suficiente para pagar as contas.

“Foi um ano muito apertado. Precisei resgatar alguns investimentos. Se não tivesse esse dinheiro guardado, certamente teria que buscar empréstimo e poderia ficar endividado”, destacou.

Para 2020, pensando na necessidade de organização, Thomas já vislumbra novo cenário. “Agora, não terei todos esses gastos. Já estamos fazendo aquela conta do que ganhamos e do que gastamos, colocamos algumas metas a longo prazo e esperamos começar esse controle mês a mês”, frisa.

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No próximo ano, o advogado pretende apostar em investimentos na Bolsa de Valores, como forma de obter uma renda extra
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Após um ano de dificuldades financeiras, Thomas Sartori se organiza para novo cenário em 2020

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No próximo ano, o advogado pretende apostar em investimentos na Bolsa de Valores, como forma de obter uma renda extra

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A fim de que o brasiliense se organize para um 2020 longe de endividamento, o Metrópoles conversou com especialistas e separou 10 dicas que podem ajudar a passar o ano com as finanças equilibradas.

Confira:

1) Conheça sua vida financeira

Segundo indica Leonardo Gomes, planejador financeiro da Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, conhecer a própria vida econômica é o caminho inicial para evitar endividamentos. “A falta de conhecimento financeiro impede o planejamento e a pessoa já começa o ano de forma errada”, salienta.

“A maioria dos brasileiros não sabe o quanto ganha e o quanto gasta. É necessário entender isso para enxergar a vida financeira. Hoje, existem aplicativos no mercado de graça que a pessoa pode usar para entender melhor onde estão as despesas”, orienta.

2) Identifique seus principais gastos

Uma das formas de o brasiliense passar por 2020 no azul é traçar uma retrospectiva de 2019 e identificar onde estão seus principais gastos. Isso é o que aconselha o economista Ciro Almeida, da empresa G2W Investimentos. “O mais importante é fazer uma comparação entre a renda média e os gastos fixos mensais e ver qual a capacidade de sobra daquela pessoa”, explica.

“Gastos fixos são aqueles que você tem sempre. Por exemplo: plano de saúde, escola, produtos médicos, supermercado, vestuário, prestações. A pessoa deve entender quais foram essas despesas, compará-las com a renda média que tem e ver o que sobra”, completa.

3) Separe o 13º salário

De acordo com o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, apesar de os gastos da população aumentarem entre dezembro e janeiro, é possível começar o ano bem, contando com ajuda do 13º salário.

“O 13º é uma reserva interessante. As pessoas deveriam separá-lo em três partes: uma para pagar dívidas; outra para presentes, compras de final e início de ano no geral; e a terceira parte para reserva. Deixar uma parte desse dinheiro guardada é importante para lidar com aqueles gastos maiores que podem aparecer no início do ano: compra de material escolar, viagem, férias”, pontua.

4) Faça um orçamento doméstico

Conforme indica Miguel José, para começar o ano bem é importante saber quais despesas podem ser reduzidas.

“O ideal é começar o ano ‘zerado’, algo muito difícil, porque é um período em que a renda que você tem é gasta com algumas despesas. Então é bom se programar para passar por ele sem dívidas. Faça um orçamento doméstico: coloque no papel aquilo que recebe, aquilo que gasta e veja quais são os custos que pode reduzir. Quando você faz isso, você se policia”, afirma.

5) Não tenha gastos acima de 90% do seu salário

Uma forma de ter controle sobre os gastos, segundo Miguel José, é não deixar as despesas do mês passarem de 90% do salário.

“Ter pelo menos 10% da sua renda como reserva para imprevistos é muito importante. Muitas vezes, as pessoas vão além das suas capacidades no final do ano, pois é uma época em que se gasta muito. Então, começar o ano não deixando suas despesas acima de 90% do salário é necessário para alguma situação não planejada que possa aparecer.”

6) Faça reservas para imprevistos

Segundo Ciro Almeida, no geral, as dívidas da população aumentam no final do ano porque há um pico de consumo. “Isso já começa antes do Natal. O problema não é gastar, é a qualidade do gasto, é o consumo por impulso, que, por falta de educação financeira, se torna um ciclo vicioso.”

Assim, o profissional aconselha a manter um dinheiro de reserva para imprevistos. “Se a pessoa contabiliza bem o 13º salário, esses recursos podem ajudar a iniciar o ano bem financeiramente, por exemplo. É muito importante manter uma reserva de emergência. Existe um alto nível de desemprego, estamos numa retomada econômica ainda. Então é importante poupar para viver bem.”

7) Aprenda a dizer ‘não’

Para o planejador financeiro, o comportamento de uma pessoa tem influência direta em seu consumo. “Por isso, é importante entender o relacionamento que você tem com o dinheiro, quais as dificuldades de dizer ‘não’ quando pensar em comprar alguma coisa que não cabe no seu bolso”, pontua.

“Às vezes, as pessoas têm gatilhos que fazem com que a vida financeira saia do trilho durante o ano. Entender seu relacionamento com o dinheiro pode ajudar nos pequenos processos diários de tomada de decisão.”

8) Projete objetivos

Outra dica do economista Ciro Almeida é que o brasiliense faça uma projeção dos objetivos que quer alcançar em 2020 e avalie quais serão os custos para isso. “Se eu quero comprar um carro, fazer uma viagem, colocar meu filho em uma nova escola, preciso pensar em quanto devo gastar com isso e já me preparar para não gastar o que não tenho”, exemplifica.

“É o que chamamos de economia comportamental: como as minhas decisões afetam o meu bolso. A pessoa deve ser mais racional com seus gastos, fazer menos compras por impulso. Antes de comprar algo, é bom pensar: ‘Eu quero? Sim. Eu posso? Sim. Mas eu preciso? Não necessariamente'”, alerta o especialista.

O planejador financeiro Leonardo Gomes reforça essa necessidade de projeção. “O brasileiro tem muito esse pensamento: eu não tenho dinheiro, mas quero comprar um carro, então vou pegar um empréstimo. Muita gente ainda tem essa cultura no Brasil”, comenta.

“Uma forma de mudar um pouco esse panorama é mensalizar os investimentos que você terá no futuro. ‘Quero comprar um carro. Quanto ele deve estar valendo em dois anos?’ Durante tantos meses, então, vou fazer uma economia para isso. Assim, já mudo esse patamar de pegar um empréstimo e passo a economizar.”

9) Saiba investir seu dinheiro

Outra dica do economista é investir parte do salário que sobrar mensalmente. “A poupança vai estar cada vez mais próxima da inflação. Então, poupança não é investimento. A pessoa deve buscar uma educação financeira melhor e encontrar outras formas para isso. O importante é saber como investir para começar a fazer o dinheiro girar para si”, alerta Ciro.

O ideal, segundo os especialistas, é identificar qual a melhor forma para si e, se necessário, procurar ajuda de um profissional. Conforme exemplifica o diretor executivo da Anefac, “há várias opções [de investimento]: tesouro direto, poupanças, fundos de renda fixa e outras aplicações. Investimentos conservadores, que visam manter o poder de compra do dinheiro, são indicados”, aponta Miguel José.

10) “Mensalize” seus gastos

Outro ponto enfatizado pelo planejador Leonardo Gomes é a divisão dos gastos em dois tipos: fixo ou variável. Após identificar quais despesas podem ser excluídas de seu orçamento, uma dica do profissional é dividir os gastos totais que devem afetar suas finanças em 12 meses.

“Se eu vou pagar o IPVA, por exemplo, não vou pensar naquele valor anual, mas sim em quanto vou desembolsar a cada mês com isso”, comenta.

Para o especialista, a maioria das pessoas não inclui no orçamento as despesas deste período. “Uma dica para começar o ano é mensalizar os gastos que você terá ao longo do ano, dividir as despesas por mês, incluindo as de final de ano. Assim, você vai saber economizar para comprar presentes, viagens.”

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Endividados

Até setembro deste ano, o Distrito Federal tinha 793.202 famílias com débitos pendentes, de acordo com a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Federação do Comércio do DF (Fecomércio), em outubro. O número representa 80,3% das famílias brasilienses e supera os 77,7% registrados no mesmo período de 2018.

No Brasil, o percentual de famílias com dívidas aumentou em novembro de 2019, alcançando 65,1% do total, segundo a Peic. Também houve alta em relação a novembro de 2018.

Já o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso recuou, entre os meses de outubro e novembro de 2019, para 24,7%. O percentual que relatou não ter condições de pagar suas contas em atraso também aumentou em ambas as bases de comparação, mensal e anual, totalizando 10,2%.

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