A culpa é da Dilma. Para 70,4% dos brasilienses, presidente é a responsável pela crise econômica
Ainda de acordo com a Pesquisa Metrópoles/Dados, mais de 80% dos moradores do DF mudaram de planos no fim de ano e nas férias por conta da situação do país
atualizado
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O brasiliense não tem dúvida. A presidente Dilma Rousseff é a responsável pela crise econômica que atinge o país. Para 70,4% dos moradores do Distrito Federal, o orçamento apertado e a carteira vazia são culpa da chefe do Executivo federal, segundo pesquisa encomendada pelo Metrópoles ao Instituto Dados. De acordo com o estudo, 15,1% dos candangos disseram que o mundo todo passa por uma crise e 11,3% responsabilizaram o Congresso Nacional pelo atual momento.
Quem mora em Ceilândia e Taguatinga demonstrou ainda mais convicção em culpar a presidente pelo atual cenário. Nessas regiões, 81,3% dos entrevistados a responsabilizaram. O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 15 de dezembro e ouviu 1.202 eleitores em diversas regiões do DF.O economista Raul Velloso concorda com a percepção apresentada pelos moradores do DF. “Os problemas econômicos enfrentados pela população brasileira são consequências de várias políticas erradas adotadas pelo Governo e que culminaram com o esgotamento desse modelo de consumo praticado desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula”, comenta.
Já o economista Roberto Piscitelli destaca que o resultado demonstra o desconhecimento que a população possui em relação à estrutura da política brasileira. Segundo ele, o Congresso Nacional é o principal responsável pela atual crise econômica: “O Senado e Câmara dos Deputados não aprovaram inúmeras medidas de ajuste fiscal elaboradas pelo governo.
No entanto, esses dados não me surpreendem. Nas últimas duas eleições, a população do DF votou massivamente contra a presidente Dilma Rousseff.
Roberto Piscitelli, economista
A relação do brasiliense com a presidente Dilma nunca foi boa realmente. Em 2010, ela perdeu no primeiro turno das eleições presidenciais para Marina Silva, então do PV. E venceu Geraldo Alckimin no segundo turno apertado, com 52,8% dos votos. Em 2014, perdeu a votação no DF para Aécio Neves (PSDB), preferido por 61,9% dos eleitores do DF.
Mudanças de planos
Outro motivo para o descontentamento com a presidente Dilma é revelado pela pesquisa. Com o orçamento mais apertado, as famílias brasilienses tiveram que mudar os planos das festas de fim de ano e das férias também. Entre os entrevistados, 81% indicaram que a ceia natalina e a de Réveillon serão menos fartas. A redução dos gastos não para por aí. Os presentes e as viagens também entraram no rol de itens afetados.
Lidiane Gomes Rabelo, 23 anos, está entre os 80,3% dos consumidores que desembolsará menos pelas lembrancinhas. “Vou reduzir um pouco os gastos para tentar começar o ano de 2016 sem dívidas. Tentei comprar presentes mais simbólicos e baratos”, conta a enfermeira. Ela estava em uma loja de confecções em Planaltina garantindo os últimos mimos de Natal.
A viagem de férias da família de Lidiane também teve que ser mudada. Após fazer uma pesquisa, ela percebeu que os preços das hospedagens e das passagens aéreas estavam três vezes mais caras do que no ano anterior. “Vou tentar alterar a data e diminuir os dias do passeio”, lamenta.