É verdadeiro que candidato à CLDF humilhou aluno de escola pública
Jordenes da Silva é candidato pelo MDB. Ele foi citado no processo que condenou o GDF a indenizar um aluno por constrangimento e humilhação
atualizado
Compartilhar notícia
É verdadeira a afirmação de que um candidato a deputado distrital é o docente acusado de humilhar e expor um aluno na rede pública do Distrito Federal. A afirmação, publicada por um perfil no Twitter, se refere a Jordenes da Silva, postulante a uma cadeira na Câmara Legislativa do DF (CLDF) pelo MDB.
A publicação diz o seguinte: “O Distrito Federal não pode eleger o diretor/professor que humilhou um estudante, preto e pobre por ir a escola pública de chinelos”. A conta em questão tem 1.153 seguidores e o post, até 13 de setembro de 2022, contava com 34 compartilhamentos e 78 curtidas.
Como verificamos
O V ou F buscou o processo do caso junto ao Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). De acordo com os autos, o aluno, que à época cursava o 7º ano do ensino fundamental no Centro de Ensino Fundamental do Arapoanga, em Planaltina, contou que estava brincando com alguns colegas e retirou os chinelos para não estragá-los.
O vice-diretor da escola, Jordenes da Silva, chegou e interrompeu a brincadeira. Ele, então, pisou nos pés do aluno, pegou os chinelos e o fez retornar para sala de aula descalço. No trajeto até a sala, o aluno contou que foi alvo de piadas e humilhações pelos colegas.
No dia do ocorrido, o Conselho Tutelar compareceu à escola para apurar eventual crime contra o adolescente e os envolvidos foram encaminhados à delegacia para registrar ocorrência policial. O caso chegou a ser divulgado na mídia.
Devido ao caso, o Governo do DF (GDF) foi condenado a indenizar a família do aluno em R$ 8 mil por danos morais. A decisão foi proferida pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública do DF em 15 de julho de 2021.
O V ou F entrou em contato com Jordenes. O professor afirmou que respeita a família do estudante e declarou que o retorno do caso às redes sociais é usado como “arma política” contra ele.
“Houve todo o trâmite administrativo cível criminal, a família buscou a Justiça e foi atendida. Nós entendemos que esse assunto ainda é usado de maneira política. Toda vez que saio como candidato, levantam esse assunto para causar constrangimento. Em momento nenhum eu constrangi a família. É mais para me diminuir como ser humano. É usado politicamente. A Justiça foi feita em todas as esferas”, disse.
Devido ao processo transitado em julgado, a afirmação da publicação é considerada verdadeira, pois Jordenes tem o nome citado nos autos como o diretor que humilhou o aluno e há condenação da Justiça sobre o caso.
Por que checamos?
O V ou F é um programa de checagem do Metrópoles em parceria com o Google e com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) que visa verificar publicações com potencial de viralização e que tenham relação com as eleições de 2022 no Distrito Federal.
Metrópoles cria núcleo de combate à desinformação nas eleições do DF
Para verificar os conteúdos, a equipe consulta especialistas, fontes oficiais sobre o assunto, documentos e dados públicos. A intenção é encontrar informações que confirmem ou não a informação que está sendo compartilhada.
Quando o assunto é desinformação e fake news, as postagens podem ser, além de verdadeiras ou falsas, enganosas ou sátiras. As sátiras não têm a intenção de causar mal, mas têm grande potencial para enganar.
Já as publicações enganosas têm conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações. Também usam dados imprecisos ou que induzam a uma interpretação diferente da intenção de seu autor. Além disso, confundem, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
Quem se deparar com algum conteúdo duvidoso e achar que ele precisa de verificação pode encaminhar o material para o WhatsApp do Metrópoles DF: (61) 9119-8884.