Dupla acusada de ser comparsa de Lázaro é transferida ao presídio de Águas Lindas
Elmi Caetano Evangelista, 74 anos, e Alain Reis de Santana, 33, são, respectivamente, dono e caseiro da chácara onde o psicopata se escondia
atualizado
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As duas pessoas apontadas pela polícia como acusados de darem guarida a Lázaro Barbosa, 32 anos, foram transferidas para o Presídio Municipal de Águas Lindas (GO), no Entorno do DF, na manhã desta sexta-feira (25/6). Elmi Caetano Evangelista, 74 anos; e Alain Reis de Santana, 33, são dono da chácara e o caseiro do local, respectivamente. A dupla deve passar por audiência de custódia na tarde desta sexta.
O Metrópoles apurou, com exclusividade, detalhes de como os dois presos agiram para ajudar a esconder o foragido Lázaro, acusado de cometer crimes brutais, como latrocínio, estupro e homicídios, o maníaco foge de centenas de policiais há 17 dias.
Desde as prisões, que ocorreram no fim da tarde dessa quinta, a propriedade está cercada por integrantes da força-tarefa.
Por volta das 17h de quinta-feira, uma equipe da Polícia Militar fazia diligências na zona rural de Girassol para localizar o homicida em fuga. Os militares haviam recebido informações de que o proprietário de uma chácara, na noite anterior, não havia autorizado a entrada dos policiais em sua propriedade rural.
Ao chegarem ao local, os helicópteros da PMGO e da PMDF sobrevoavam a região, ao mesmo tempo que o caseiro da chácara, identificado como Alain, deixava a sede residencial. Nesse momento, os policiais se aproximaram e viram uma pessoa entrando na mata.
Ao indagarem Alain sobre quem era aquela pessoa, ele afirmou ser Lázaro Barbosa, o qual, rapidamente, fugiu. Os policiais solicitaram apoio para o local. Perguntado a Alain se existiam armas de fogo na chácara, ele informou que sim, mostrando duas armas e 49 munições de calibre .22 LR no interior de um quarto.
As equipes constataram que uma das armas de ar comprimido foi modificada mecanicamente para disparar munição de calibre .22, que, segundo Alain, pertenciam ao patrão, Elmi Caetano. No entanto, o armamento ficava à sua disposição. Questionado sobre a presença de Lázaro Barbosa naquele local, Alain relatou que o criminoso estava pernoitando na chácara há mais de cinco dias e que o viu diversas vezes, inclusive portando uma espingarda e um telefone da marca Samsung.
O caseiro também informou que Lázaro está dormindo e fazendo refeições, almoço e jantar, diariamente na sede da chácara, com o consentimento de Elmi Caetano. Relatou, ainda, que a mãe do suspeito trabalhou como caseira para Elmi Caetano e que, quando ele estava preso, o dono da propriedade ajudava financeiramente a família do foragido.
Os cães policiais estiveram no local e, após apresentado a um dos animais uma amostra do odor de Lázaro Barbosa, este acusou positivamente, indicando que ele, realmente, esteve no local e escapava para a mata, em direção a um córrego.
Alain narrou que ouviu Elmi Caetano gritando em direção à mata: “Vem almoçar, Lázaro!”. E, à noite, quando se ausentavam, o dono da chácara gritava: “A porta vai ficar aberta!”.
Além disso, Alain apontou à equipe um local, às margens do córrego, onde Lázaro fumava maconha rotineiramente. Afirma ainda que Lázaro chegou nos primeiros dias com a perna machucada. Porém, atualmente está em boas condições de saúde, pois recebe apoio de Elmi Caetano. Alegou que o fazendeiro deixa as portas da casa abertas no período noturno para Lázaro Barbosa entrar livremente.