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“Dr. Bumbum”: cliente paga R$ 8 mil, leva calote e é ameaçada de morte

Elizelda Silva Torres diz que o médico prometeu deixar a pele do rosto dela “como bumbum de bebê”, mas não prestou o serviço

atualizado

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Dr Bumbum
1 de 1 Dr Bumbum - Foto: Reprodução/Facebook

O anúncio nas redes sociais de Denis Furtado, 45 anos, era sedutor. Ao vê-lo “vender bem o peixe”, a dona de casa Elizelda Silva Torres, 40, se entusiasmou. Mas, ainda assim, hesitou em procurar o médico. Depois de quatro meses, marcou uma consulta com “Dr. Bumbum”. Saiu da clínica com a promessa de ficar com a pele do rosto lisa “igual a bumbum de bebê”. A mulher é uma das pacientes enganadas pelo cirurgião, preso nesta quinta-feira (19/7), no Rio de Janeiro. Além de não receber o tratamento esperado, a dona de casa disse ter sido ameaçada de morte.

Muito empolgada com as promessas de Denis, Elizelda nem se deu conta do fato de estar sendo enganada, logo no começo. De acordo com a cliente, cada vez que o “especialista” entrava na sala e conversava com a mãe dele, Maria de Fátima Furtado, médica cassada também foragida, o valor do procedimento aumentava. Ao final, para tirar as cicatrizes do rosto deixadas por espinhas, o preço cobrado ficou em R$ 8 mil.

O marido de Elizelda pagou a quantia com o desejo de colocar um fim no sofrimento da esposa. Depositou o valor de uma só vez na conta de um terceiro indicado por Denis, chamado “Igor”. Após a transferência, o médico passou a enrolar a dona de casa. “A cada marcação, ele dava uma desculpa. Chegou a dizer até que o amigo tinha sido sequestrado, e por isso não podia atender. Mudava a data”, relatou o homem.

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A advogada Naiara Baldanza disse que "Dr. Bumbum" teve síndrome do pânico após morte de paciente
Ele está preso desde a última quinta-feira (19/7), indiciado por homicídio doloso qualificado da bancária Lilian Calixto, 46 anos
Denis Furtado, o "Dr. Bumbum"
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Propaganda feita pelo médico que atraiu Elizelda

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A advogada Naiara Baldanza disse que "Dr. Bumbum" teve síndrome do pânico após morte de paciente

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Ele está preso desde a última quinta-feira (19/7), indiciado por homicídio doloso qualificado da bancária Lilian Calixto, 46 anos

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Denis Furtado, o "Dr. Bumbum"

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O casal passou a cobrar o cirurgião o serviço prometido. Isso até a mãe do médico, segundo Elizelda, fazer uma grave ameaça. “Sabia que você pode morrer a qualquer momento?” A dona de casa garante não ter gravado a conversa. A cliente resolveu recorrer à Justiça contra Denis, há cerca de três anos. Mas o processo foi arquivado. “Fiquei em depressão depois disso. Até hoje fico revoltada”, desabafou a mulher, moradora de Samambaia.

De acordo com Elizelda, o dinheiro embolsado por Denis é fruto da economia de uma vida inteira. “Foi suado. Meu marido se dispôs a pagar porque me viu sofrendo”, destacou.

“Síndrome do pânico”
A defesa de “Dr. Bumbum”, e da mãe dele, Maria de Fátima Furtado, informou nessa quarta-feira (18/7) que o médico está com síndrome do pânico e se entregaria. Segundo a advogada Naiara Baldanza, os termos para a apresentação de seus clientes seriam tratados diretamente com a polícia. Só que, na tarde desta quinta (20), ambos foram presos após denúncia anônima, na Barra da Tijuca, pela PM do Rio de Janeiro.

Baldanza garantiu que o médico não é responsável pela morte da bancária Lilian Calixto, 46. A mulher perdeu a vida após passar por um procedimento estético na cobertura de “Dr. Bumbum” na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no último fim de semana.

“Nenhuma complicação foi observada durante o procedimento. Ela passou mal depois e entrou em contato com o dr. Denis, que a acompanhou até o hospital. Ele me disse ter pedido para acompanhar de perto todos os procedimentos de saúde, mas não foi autorizado pelo hospital”, ressaltou a advogada.

Denis cobrava até R$ 20 mil pelos procedimentos. “Os valores nunca iam para a conta dele, mas sim de terceiros. Não emitia nota fiscal para os pacientes e vendia os produtos na própria clínica, não deixando que eles os comprassem em outros estabelecimentos”, destacou a enfermeira Wanessa Ribeiro, ex-funcionária do médico, em entrevista exclusiva ao Metrópoles nessa quarta (18).

“Os pacientes eram ludibriados. Ele vendia uma quantidade maior do produto, mas, na hora do atendimento, colocava uma menor. Ou então vendia o material e simplesmente desaparecia antes de realizar a aplicação”, acusa Wanessa.

 

 

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