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Donos de caminhões no QG do Exército no DF doaram R$ 1,5 mi a Bolsonaro

Segurança Pública do DF identificou proprietários de caminhões após ordem do STF. Maioria é empresário e ao menos 17 doaram ao presidente

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Homem usando bandeira do Brasil como capa anda próximo a caminhões estacionados. Nota das Forças Armadas, que critica "restrições a direitos, por parte de agentes públicos" e defende direito à manifestação, animou militância pró-Bolsonaro - Metrópoles
1 de 1 Homem usando bandeira do Brasil como capa anda próximo a caminhões estacionados. Nota das Forças Armadas, que critica "restrições a direitos, por parte de agentes públicos" e defende direito à manifestação, animou militância pró-Bolsonaro - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A lista de caminhoneiros que participam do protesto antidemocrático em frente ao QG do Exército, em Brasília, mostra uma relação direta com Jair Bolsonaro (PL). CNPJs e CPFs de manifestantes que levaram caminhões ao Distrito Federal também são vistos na lista de doadores da campanha do presidente derrotado nas urnas. Ao todo, empresários identificados no protesto do DF doaram quase R$ 1,5 milhão ao candidato.

Levantamento do Metrópoles analisou os proprietários de 234 caminhões no protesto bolsonarista listados pelo Governo do Distrito Federal após ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Os registros, em sua maioria, são CNPJs. Nesse caso, a reportagem procurou pelo nome dos administradores ou sócios da empresa.

Esses dados foram cruzados com a lista dos principais doadores que contribuíram financeiramente com a campanha do presidente, com depósitos de R$ 5 mil ou mais. Nos últimos dias, Moraes determinou o bloqueio imediato das contas bancárias de 43 pessoas físicas e jurídicas supostamente envolvidas nos atos antidemocráticos contra o resultado das eleições, “diante da possibilidade de utilização de recursos para o financiamento de atos ilícitos”.

O ministro também determinou que, em até 10 dias, a Polícia Federal colha depoimentos de todas as empresas e pessoas listadas, além de indicar as diligências necessárias para apurar o caso. Ao todo, 149 caminhões vieram de Mato Grosso, segundo o levantamento da SSP. Empresários de Goiás, Bahia e Paraná também enviaram dezenas de veículos.

Quem são os manifestantes que doaram

Um caminhão Scania de Mato Grosso que fomenta a manifestação contra o resultado das urnas, por exemplo, foi identificado pela SSP-DF como sendo de proprietários da Transportadora Rovaris LTDA. No registro da empresa, Atílio Elias Rovaris aparece como sócio-administrador. Em 11 de outubro, pouco antes do segundo turno entre Lula (PT) e Bolsonaro, ele doou R$ 500 mil ao candidato do PL.

O sobrenome Rovaris aparece em outra doação, no nome de José Carlos Rovaris, em 30 de agosto, no valor de R$ 20 mil. A transportadora é uma das empresas que teve contas bloqueadas pelo STF. A SSP identificou ainda três caminhões Mercedes-Benz, sendo dois de Goiás e um de Mato Grosso, de propriedade da empresa Armazéns Gerais Paraíso LTDA. O dono da companhia é Victor Cezar Priori, que fez uma doação de R$ 300 mil para Bolsonaro uma semana antes do segundo turno.

Já a Fermap Transportes LTDA, que também teve contas bloqueadas pelo envolvimento no ato, enviou ao protesto um caminhão, vindo de Mato Grosso. Um dos sócios da empresa é Ilo Pozzobon, que desembolsou R$ 122.222,22 para o candidato do PL, somando três pagamentos. Dois deles foram realizados em valores só com o numeral 2, em alusão ao número 22 de Bolsonaro na urna. Foram doações de R$ 22.222,22 e R$ 2.222,22.

O mesmo sobrenome aparece em outros dois registros de pagamentos para a campanha. Daniele Pozzobon transferiu R$ 5 mil ao político em 13 de outubro. Nelsi Pozzobon também fez dois pagamentos com o valor exato doado por Ilo, de R$ 22.222,22 e R$ 2.222,22.

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Famílias

Uma família que também chama a atenção na relação entre manifestantes e doadores é a Bedin. Oito pessoas com esse sobrenome, além da empresa Sorriagro Insusmos Agrícolas controlada por este sobrenome, foram identificadas com caminhões no protesto: Ary Pedro Bedin, Evandro Bedin, Argino Bedin, Roberta Bedin, Nilson Bedin, Rafael Bedin, Sérgio Bedin e Luciano Bedin.

Esses dois últimos doaram, ao todo, R$ 160 mil para o derrotado por Lula. Há ainda mais quatro doações de brasileiros com esse sobrenome, que somam R$ 37.500,00.

Os Pedrassani também tiveram relação com o protesto e com Bolsonaro. A Drelafe Transportes de Carga LTDA enviou um Scania de Mato Grosso para Brasília. O sócio-administrador da empresa Diomar Pedrassani transferiu R$ 20 mil para o então candidato, em 17 de outubro. Leandro Pedrassani e José Carlos Pedrassani também doaram duas vezes cada, somando R$ 68 mil. Moraes mandou bloquear ainda contas da Drelafe.

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