Dono de fábrica de sandálias incendiada no DF perdeu tudo em 2011
A fábrica de sandália Koc Pitt já havia sido atingida por chamas em 2010. À época, o prejuízo foi de R$ 8 milhões
atualizado
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Após ver a fábrica de sandálias pegar fogo pela segunda vez no Distrito Federal, o proprietário da empresa Koc Pitt, localizada em Santa Maria, disse ao Metrópoles, nesta segunda-feira (27/9), que aguarda a finalização do serviço dos bombeiros e órgãos competentes para avaliar com mais detalhes os danos.
“Infelizmente tivemos este incidente. Graças a Deus não tivemos vítimas. Só perda material. Perdemos parcialmente parte da fábrica. Estamos esperando a conclusão do trabalho para avaliar os prejuízos”, comentou Jeová Souza, abalado.
“Assim que terminar os trabalhos, daremos mais informações”, complementou.
O incêndio de grandes proporções atingiu a empresa, às margens da BR-040, na manhã de domingo (26/9). As chamas foram debeladas por volta das 12 horas.
Veja imagens:
O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) foi acionado para combater o fogo. A fábrica era composta por três galpões onde os funcionários trabalham na produção de calçados. Segundo o CBMDF, as equipes encontraram um incêndio generalizado no galpão central da fábrica, avançando para o galpão da lateral.
Os bombeiros se dividiram em duas frentes de combate ao mesmo tempo: a primeira equipe fez o combate direto às chamas e o segundo atuou na proteção do terceiro galpão.
⚠️ O @cbm_df foi acionado, na manhã deste domingo (26/9), para combater as chamas que consumiam uma fábrica de sandálias, no Pólo JK, em Santa Maria
Leia: https://t.co/SqbJvDzWLD pic.twitter.com/CWT6izhv1B
— Metrópoles (@Metropoles) September 26, 2021
As estruturas de alvenaria e metálicas dos dois galpões atingidos desabaram o que, segundo a corporação, dificultou o combate, já que havia a possibilidade iminente de novos colapsos. Nos dois galpões atingidos estavam os maquinários e o depósito da fábrica. Segundo o segurança da empresa, o incêndio teve inicio no galpão do centro e ele teria tentado extinguir o foco.
Diante da dificuldade, o segurança acionou o CBMDF, mas não soube relatar o que poderia ter dado inicio ao incêndio. A perícia foi acionada e a Polícia Militar do DF (PMDF) ajudou a isolar a área.
A vida depois de…
Em 2015, o Metrópoles já havia revelado o drama vivido por Jeová. Em meados de 2010, a fábrica dele foi atingida por um incêndio pela primeira vez.
Em 10 de maio daquele ano, depois de encerrar o expediente, por volta das 21h, ele deixou a empresa sob os cuidados do vigia noturno. Quatro horas mais tarde, recebeu uma ligação do funcionário: a fábrica estava em chamas. Cerca de R$ 8 milhões em investimento viravam fuligem, cinza e escombro.
À época, o quadro de funcionários foi reduzido drasticamente: dos 187 colaboradores, manteve apenas 67. A empresa, que estava no auge, produzindo 12 mil pares de sandálias por dia, teve as atividades interrompidas por três semanas. Nenhum solado foi cortado. Nenhuma tira foi customizada. Nenhuma peça foi estampada. “Tínhamos contratos a cumprir e não poderíamos ficar parados por muito tempo”, ressaltou Jeová para a reportagem daquele ano. “Da noite para o dia, perdemos os equipamentos, mas nos reinventamos”, acrescentou.
Assista o vídeo publicado na oportunidade:
Um mutirão deu cabo das cinzas e, em pouco tempo, reocuparam o local. Com o terreno limpo, armaram uma grande tenda no estacionamento e ali mesmo as sandálias voltaram a ser produzidas. Como o maquinário de fazer as solas das sandálias se perdeu no fogo, a Koc Pitt firmou parcerias para essa etapa do processo. No chão da fábrica, só se finalizavam os produtos. Era o recomeço.
A empresa reiniciou as atividades com uma produção média de 1.500 pares por dia – número equivalente a pouco mais de 12% da antiga cota diária.
Atualmente, a Koc Pitt exporta produtos regularmente para outros países.