Dono de empresa de intercâmbio some e deixa estudantes na mão
Cerca de 300 pessoas que fecharam pacote para a Irlanda e outros lugares com a 4U Study Intercâmbio temem calote
atualizado
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Estudantes que fecharam pacote de intercâmbio com a empresa 4U Study Intercâmbio estão desesperados. Eles pagaram o preço médio de R$ 9,6 mil para fazer um curso de inglês em Dublin, na Irlanda, em diferentes datas.
Porém, desde 24 de dezembro o dono escola, Djalma Remondini Filho desapareceu. No dia 26, o site, o Instagram e demais redes sociais da empresa foram tirados do ar. Cerca de 300 pessoas estão no grupo de WhatsApp dos que viajariam a partir de 2020 e não sabem o que fazer.
Os clientes não receberam nenhum comunicado, apenas perceberam que os consultores com os quais fecharam os pacotes de viagem foram saindo aos poucos do grupo de WhatsApp.
Ao procurar o dono da empresa, não conseguiram falar. A 4U Study Intercâmbio tem sede em São Paulo, mas pessoas de todo o país fechavam os acordos pela internet, inclusive no DF.
É o caso da chefe de cozinha Karen Cristina Bastos Barbosa, 32 anos. A moradora de Brasília decidiu planejar o intercâmbio com antecedência para evitar problemas, mas o que ocorreu foi o contrário.
Há um ano, ela pesquisou e decidiu fechar com a 4U. Assinou contrato e usou todas as economias para pagar R$ 9.658 à vista. O preço seria para seis meses de estudos e oito meses de intercâmbio em Dublin. Contemplaria, ainda, duas semanas de acomodação.
“Eu tinha que economizar dinheiro para tirar o visto de lá e pagar as outras coisas. Peguei minhas economias e paguei tudo à vista. Comprei a passagem por fora e a viagem está marcada para março. Eu confiei na empresa. Tenho contrato, tenho tudo”, disse Karen, que registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia (Guará).
Karen relatou que os clientes lesados criaram uma página no Instagram para tentar obter respostas sobre o paradeiro do dono da empresa. “Uma consultora chegou a postar vídeo falando sobre o encerramento da empresa, mas depois apagou”, contou Karen.
Também moradora de Brasília, a nutricionista Laíssa Fernandes, 23 anos, sonhava com a viagem para Dublin a fim de aprender inglês. “Me programei para falar outro idioma e melhorar as oportunidades no mercado de trabalho. Paguei R$ 9,7 mil. Eles sempre falaram de confiança, que não tinha risco de acontecer essas coisas”, lamentou.
Reclame Aqui
Ao consultar o site Reclame Aqui, destinado a protestos de consumidores lesados, foi possível encontrar diversos relatos de clientes que estão preocupados com as viagens.
Os textos começam com “a agência sumiu”, “desaparecimento do dono da 4U”, entre outros. Nesses relatos, é possível ainda perceber que havia viagens para outras localidades, como a República de Malta, localizada no Sul da Europa.
Até a última atualização deste texto, a reportagem não tinha conseguido contato com representantes da 4U.
Veja:
Ao tentar acessar o site da empresa, a mensagem é de página inexistente: