metropoles.com

Dono de cobra e amigo de estudante picado por Naja são conduzidos à DP

Suspeito de esconder a Naja estava com maconha e deve responder como usuário. O outro alvo deve ser indiciado por maus-tratos a animais

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Gabriel-Ribeiro
1 de 1 Gabriel-Ribeiro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conduziu o estudante Gabriel Ribeiro (foto em destaque) para a 14ª DP (Gama) durante operação que investiga o tráfico de animais. Ele é amigo de Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos, que foi picado por uma cobra da espécie Naja e chegou a ficar em coma no hospital. Ambos são alvo da ação batizada de Snake (cobra em inglês), deflagrada na manhã desta quinta-feira (16/7). Os investigadores encontraram maconha na residência de Gabriel e o levaram à DP. O rapaz, que deve responder por uso de drogas, deixou o local sem falar com a imprensa.

As buscas nas residências de Pedro e Gabriel foram feitas no Guará. Policiais cumpriram, ao todo, quatro mandados, sendo os outros nas regiões do Gama e Riacho Fundo. A segunda fase da operação teve apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE) da PCDF e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Foram apreendidos diversos documentos, celulares, medicamentos de uso veterinário, mais uma serpente conhecida como Corn Snake (Cobra do milho) e vários itens usados na criação ilegal de animais silvestres e exóticos.

A Corn Snake tem origem americana. É usada em exposições e como alimento para outras cobras. A serpente não é peçonhenta, mas, no Brasil, não pode ser criada em casa. A prática pode até dar multa. O dono da cobra, que mora no Riacho Fundo e também é estudante de veterinária, foi alvo da operação. Os policiais o conduziram à delegacia, onde foi autuado por maus-tratos a animais.

Com mais essa serpente encontrada nesta quinta-feira (16/7), são 18 espécies apreendidas e que estão ligadas aos investigados.

Na segunda-feira (13/7), peritos criminais da Seção de Engenharia Legal e Meio Ambiente da Polícia Civil do DF (PCDF) estiveram no Jardim Zoológico de Brasília para fazer uma análise nas cobras e serpentes que pertenciam a Pedro Henrique. Até o momento, 16 animais apreendidos passaram por perícia.

7 imagens
O rapaz chegou a ficar em coma após a picada da serpente
Cobra apreendida na segunda fase da operação policial
Policiais e fiscais do Ibama cumpriram busca e apreensão na casa do estudante de veterinária
PCDF deflagrou operação
Operação Snake
1 de 7

O estudante de veterinária foi picado pela Naja que criava ilegamente

Foto: Reprodução
2 de 7

O rapaz chegou a ficar em coma após a picada da serpente

Reprodução
3 de 7

Cobra apreendida na segunda fase da operação policial

PCDF/Divulgação
4 de 7

Policiais e fiscais do Ibama cumpriram busca e apreensão na casa do estudante de veterinária

PCDF/Divulgação
5 de 7

PCDF deflagrou operação

PCDF/Divulgação
6 de 7

Operação Snake

PCDF/Divulgação
7 de 7

Buscas foram feitas no Guará, Gama e Riacho Fundo

PCDF/Divulgação

Segundo a corporação, a identificação das espécies é importante para determinar a origem e um eventual tráfico de animais. Nesse sentido, as condições de saúde dos animais podem ajudar na comprovação dos crimes.

11 imagens
Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia
A Naja não é uma cobra típica do Brasil
Zoológico de Brasília fez ensaio fotográfico com cobra que picou estudante
Brasil não tem soro para o animal
A serpente não é natural de nenhum habitat brasileiro
1 de 11

No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro

Material Cedido ao Metrópoles
2 de 11

Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia

Material Cedido ao Metrópoles
3 de 11

A Naja não é uma cobra típica do Brasil

Foto: Reprodução
4 de 11

Zoológico de Brasília fez ensaio fotográfico com cobra que picou estudante

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
5 de 11

Brasil não tem soro para o animal

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
6 de 11

A serpente não é natural de nenhum habitat brasileiro

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
7 de 11

Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília
8 de 11

A Naja foi transferida para o Butantan, em SP

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
9 de 11

Naja no Zoo

Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília
10 de 11

No Zoo de Brasília, serpente ganhou espaço próprio para sua espécie

Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
11 de 11

Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília

 

Alta

Pedro Henrique recebeu alta do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, na manhã dessa segunda-feira (13/7), e voltou para casa. Foram seis dias de internação. Ele mora na QE 40 do Guará II e criava a Naja como animal de estimação, apesar de a serpente não ser natural de nenhum habitat brasileiro e ter um veneno que pode ser letal. As circunstâncias do acidente ocorrido no dia 7 de julho com a cobra ainda são desconhecidas.

O estudante chegou a ficar em coma no hospital. A família de Pedro importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo antídoto — tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente — mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Os médicos enviaram ao Distrito Federal todo o estoque disponível para que fosse usado no tratamento de Pedro.

 

Confira vídeo da saída do carro do hospital:

Veja vídeo da Naja:

O caso

Tão logo foi atacado pela Naja, no dia 7 de julho, o estudante de veterinária foi levado para o hospital pelos pais. Ele apresentava palidez, tontura e dormência nos membros inferiores, sintoma que evoluiu e atingiu os membros superiores.

Segundo o Ibama, não existe registro, nos últimos anos, de entrada legal de uma cobra dessa espécie no Distrito Federal.

O animal exótico foi encontrado no fim da tarde do dia 8 de julho, dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas do shopping Pier 21, no Setor de Clubes Sul. Gabriel teria escondido o animal no lugar enquanto Pedro estava internado.

Como Pedro não tem autorização para criar a Naja, ele será multado em R$ 2 mil, valor que pode ser aumentado de acordo com a quantidade de serpentes que pertencem a ele.

A suspeita de investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) é de que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos. Ela agora está sob os cuidados do Zoológico de Brasília.

12 imagens
Vistoria em cobras e serpentes
Todos os itens apreendidos foram entregues à Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), no complexo da Polícia Civil do DF
Pedro é estudante de medicina veterinária
Em 2020, o estudante de veterinária Pedro Henrique Lehmkul foi picado por uma naja criada por ele no DF
Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia
1 de 12

Vistoria em cobras e serpentes

PCDF/Divulgação
2 de 12

Vistoria em cobras e serpentes

PCDF/Divulgação
3 de 12

Todos os itens apreendidos foram entregues à Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), no complexo da Polícia Civil do DF

Rafaela Felicciano/Metrópoles
4 de 12

Pedro é estudante de medicina veterinária

Arquivo Pessoal
5 de 12

Em 2020, o estudante de veterinária Pedro Henrique Lehmkul foi picado por uma naja criada por ele no DF

Material Cedido ao Metrópoles
6 de 12

Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia

Material Cedido ao Metrópoles
7 de 12

No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro

Material Cedido ao Metrópoles
8 de 12

Após as primeiras buscas, a Naja não foi encontrada

Material Cedido ao Metrópoles
9 de 12

A Naja é uma das cobras mais venenosas do mundo

Material Cedido ao Metrópoles
10 de 12

Carro do Ibama em frente ao edifício: padrasto do estudante picado não teria colaborado com autoridades

Carlos Carone/Metrópoles
11 de 12

Movimentação em prédio no Guará: vizinhos temiam que a cobra invadisse outros apartamentos pela tubulação

Carlos Carone/Metrópoles
12 de 12

Policiais da 14ª DP e agentes do Ibama foram ao endereço ligado ao estudante picado por Naja para tentar capturar a serpente

Carlos Carone/Metrópoles

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?