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Dono da empresa que asfaltou fazenda de Liliane Roriz já foi preso pela PF

Wilmar Oliveira foi detido com outras 20 pessoas por fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação em Tocantins

atualizado

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Elizeu Oliveira/Secom Tocantins
Wilmar
1 de 1 Wilmar - Foto: Elizeu Oliveira/Secom Tocantins

O dono da Eletro Hidro Ltda. (EHL), responsável pelo asfaltamento de 1,5km da fazenda da deputada Liliane Roriz (PTB), já foi preso em Tocantins por fraudar licitações de terraplanagem e pavimentação. Em 2016, a Operação Ápia, da Polícia Federal, revelou que Wilmar Oliveira de Bastos integrava um esquema de direcionamento de concorrências envolvendo órgãos públicos e agentes daquele estado.

Ele e os comparsas podem ter causado prejuízos superiores a R$ 1 bilhão. Na época da ação policial, o empresário acabou detido com outras 20 pessoas. Como revelou o Metrópoles, nessa terça-feira (28/11), a EHL admitiu ter levado piso novo à propriedade privada da distrital enquanto realizava uma obra de asfaltamento da GO-425, principal ligação entre Luziânia e o Jardim Lago Azul, regiões situadas no Entorno do Distrito Federal.

Embora garanta que a intervenção na fazenda da parlamentar não envolveu dinheiro público, a empresa não apresentou notas fiscais ou contratos capazes de sustentar a versão.

Wilmar Oliveira é sócio e administrador de pelo menos seis empresas, com o capital social de R$ 80,3 milhões. A Eletro Hidro Ltda. (EHL), a maior delas, foi fundada em 1998, tem capital de R$ 71,4 milhões e é suspeita de superfaturamento de obras nas rodovias TO-080, TO-374, TO-070 e TO-339. Teria recebido R$ 78,7 milhões por esses serviços.

Além disso, a EHL angariou R$ 52 milhões para pavimentar vários municípios de Palmas. No entanto, motoristas denunciaram que, devido à má qualidade do material utilizado, o pavimento rachou em poucos meses.

 

Reprodução/Metrópoles

Contatos políticos
Todas as empresas de Wilmar Bastos têm sede em Tocantins. Conhecido como “Chatão”, ele é responsável por grandes obras no estado. Entre elas, a da alça viária Norte-Sul, em Palmas, ficou paralisada pelas investigações da Operação Ápia. Esse contrato foi firmado no valor de R$ 129 milhões.

“Chatão” circula com desenvoltura no meio político e no ramo das empresas de terraplanagem e pavimentação asfáltica. É velho conhecido de Sandoval Cardoso (SD), ex-governador de Tocantins e preso na Operação Ápia. Também tem bom trânsito com o atual chefe do Executivo daquela UF, Marcelo Miranda (PMDB). Ele ainda costumava dar as caras em Brasília e já posou para fotos ao lado da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), ex-ministra da Agricultura.

Wilmar Bastos também foi agraciado com a medalha de Ordem do Mérito Industrial de Tocantins, pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto). A condecoração ocorreu em 2015.

Obra na fazenda
Por telefone, uma representante da empresa limitou-se a responder sobre o serviço executado em Luziânia (GO). Admitiu que o asfalto levado até a fazenda de Liliane Roriz foi feito pela EHL, mas em contratação particular. Apesar dos pedidos, a EHL não quis apresentar documentos para comprovar os pagamentos por parte da deputada.

Nos bastidores políticos, comenta-se que a benfeitoria é uma promessa antiga feita há anos pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), ao ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. Os dois são aliados históricos e foram, no começo da carreira política, filiados ao PMDB.

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