Distrito Federal é campeão no número de divórcios
Brasília tem mais separações, em números proporcionais, do que o restante do país. Especialista acredita que o alto poder aquisitivo da população e o acesso facilitado à Justiça são fatores que ajudam a explicar o fenômeno
atualizado
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O Distrito Federal é a unidade da Federação com a maior proporção de divórcios do país. Segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil divulgada nesta segunda-feira (30/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2014, foram praticamente quatro separações a cada mil habitantes acima dos 20 anos. A taxa é de 3,74 por mil no DF, contra média nacional de 2,41. O Amapá é o estado com menos dissoluções do matrimônio: 1,02 para cada mil habitantes.
Segundo a historiadora Ana Vitória Sampaio, mestre e pesquisadora em divórcios pela Universidade de Brasília (UnB), os números podem estar relacionados à renda per capita, ao fácil acesso à informação e à acessibilidade à Justiça.
Aqui, temos um padrão de vida mais alto, dando às pessoas maior acesso de usufruir desse direto. Além disso, a presença do Poder Judiciário em Brasília também conta muito
Ana Vitória Sampaio, historiadora
A confeiteira Wanderleia Daniel, casada há sete anos, ainda não terminou de oficializar o divórcio, mas está a um passo de entrar nas estatísticas do DF. “O processo anda na Defensoria Pública desde junho e estou esperando oficializar o mais rapidamente possível. Ainda é um processo bem burocrático”, afirmou.
Por aqui, os casamentos também costumam durar menos. O DF tem uma das menores médias de tempo transcorrido entre as datas do casamento e da sentença ou escritura do divórcio. São 13 anos — dois anos abaixo da média do país.
Casamentos
Em todo o Brasil, em 2014, os registros de casamentos entre os cônjuges masculinos e femininos totalizaram 1.101.586 uniões. Desses, 18,3 mil foram no DF. Entre os 4.854 registros de casamentos homossexuais em todo o Brasil, 129 ocorreram aqui, 68 entre homens e 61 de mulheres.
Segundo a pesquisa, a tendência de evolução recente nas taxas de nupcialidade resulta de diversas mudanças que vêm ocorrendo nos padrões de composição dos arranjos conjugais e familiares. Entre elas, se destacam as facilidades legais e administrativas atualmente disponíveis para a obtenção de divórcios, possibilitando as novas uniões legais e a conversão de uniões consensuais e estáveis em casamentos civis, como também os incentivos por meio de programas de casamentos coletivos.