Distritais cobram Saúde após crise com ambulâncias e uniformes do Samu
Cerca de 50% das ambulâncias do Samu estão paradas sem transportar pacientes e socorrer pessoas nas ruas, e uniformes também são criticados
atualizado
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Deputados distritais cobraram mais investimentos da Secretaria de Saúde no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que vive crise com ambulâncias paradas e uniformes. O Metrópoles mostrou que metade das ambulâncias do Samu estão paradas no Distrito Federal. Casos de uniformes rasgando em pleno serviço também vêm sendo frequentes.
Paula Belmonte (Cidadania), presidente da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC) da Câmara Legislativa, afirmou “o GDF negligencia este serviço que presta um atendimento importante para nossa população em situações de emergência”.
“E não é de hoje que o Samu sofre com a falta de investimentos. Até mesmo os uniformes dos socorristas estão rasgando, demonstrando que o governo não dá a devida atenção aos nossos profissionais socorristas. Cobrarei uma posição da Secretaria de Saúde. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência precisa de investimento adequado para funcionar e atender, com dignidade, a população do Distrito Federal”, publicou Paula, nas redes.
Servidor da Secretaria, no cargo de técnico de enfermagem, o deputado distrital Jorge Vianna (PSD) disse que a falta de manutenção das viaturas reflete a realidade que o órgão enfrenta há anos.
“Sou oriundo do Samu e venho todos os anos tentando ajudar a melhorar a instituição. Já encaminhei recursos para fazer três bases do Samu, duas em Taguatinga e uma em Samambaia. Também fiz repasse para compra de EPIs [equipamento de proteção individual], motos e macacões. Algumas emendas já foram executadas. Só neste ano, já enviei mais de R$ 1 milhão para comprar novos macacões”, afirma Vianna.
O distrital também cobra uma atenção especial ao Samu. “Nas ruas, a gente está exposto não só aos perigos naturais, mas também de integridade física. O serviço tem uma atividade diferenciada, mas parece que não está tendo a atenção devida”, destaca.
Ambulâncias paradas
Metrópoles teve acesso a documentos da Secretaria de Saúde, que revelam a situação da frota de resgate na capital da República. Na sexta-feira (12/4), de um total de 40 veículos, 21 não estavam nas ruas, para socorro da população ou transporte de pacientes.
Segundo a documentação oficial, o Samu-DF tem 10 ambulâncias de Unidades de Suporte Avançado (USA), mas nove estão fora de operação. Pelos documentos, o serviço tem 30 veículos de Unidades de Suporte Básico (USB), 12 paradas. Segundo servidores da pasta, a maior parte está parada por falta de manutenção.
Na manhã de sexta-feira, segundo a documentação, 182 pacientes aguardavam as ambulâncias do Samu. Desse total, 166 estavam na fila para resgate nas ruas. Os outros 16 precisavam de transferência de unidades de terapia intensiva (UTIs) entre hospitais da rede pública.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde, que apresentou um quantitativo de veículos diferente. A pasta argumentou que tem 38 ambulâncias. Deste total, 18 estavam paradas. Ou seja, 47,3% da frota estaria fora das ruas, segundo a pasta.
A Saúde argumentou, ainda, que o serviço de manutenção é realizado por contrato corporativo da Secretaria de Economia. “A SES já atuou na aquisição de novas motos, ambulâncias, ampliando a reserva técnica de viaturas do Samu para preservar a cobertura assistencial de ambulâncias que operam 24 horas por dia, sete dias por semana”, afirmou.
Leia a nota completa:
A Secretaria de Saúde informa que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) atua hoje em todo o território do Distrito Federal com uma frota atual de 30 Unidades Básicas (USBs) e, 8 Unidades Avançadas (USAs), além de 1 Unidade Aeromédica, em parceria com CBMDF, e 10 duplas de motos.
A cobertura do atendimento pré-hospitalar, varia em tempo real em decorrência da grande quantidade de entrada e saída ininterrupta de veículos em status de manutenção preventiva ou corretiva. A média de idade da frota é de 3 anos, no entanto, o ciclo de manutenção é constante dada a natureza exigente do serviço e o desgaste natural de peças. A média chega a 65 quilômetros por dia. Para se ter uma ideia, há veículos que chegam a percorrer mais de 500 km em um único dia, devido às distâncias percorridas.
Nesse momento, o controle de frota do SAMU contabiliza 5 unidades avançadas e 13 unidades básicas desativadas.
O serviço de manutenção é realizado por contrato corporativo da Secretaria de Economia – que atende a 70 órgãos do GDF, incluindo SES e Samu.
Mediante essa necessidade contínua, a SES já atuou na aquisição de novas motos, ambulâncias, ampliando a reserva técnica de viaturas do Samu para preservar a cobertura assistencial de ambulâncias que operam 24 horas por dia, sete dias por semana.